Quinta-feira, 03 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Os presidentes da Rússia e da Ucrânia tiveram sua primeira conversa sobre o fim do conflito entre os dois países

Compartilhe esta notícia:

Presidente da Rússia (foto) informou que preferiu esperar resultado da votação do colégio eleitoral norte-americano. (Foto: Reprodução/Twitter/@KremlinRussia)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, tiveram nesta quinta-feira (11) sua primeira conversa por telefone e debateram uma resolução para o conflito no leste ucraniano e a devolução de prisioneiros, informaram os governos de Moscou e de Kiev em comunicados. O ucraniano tomou a iniciativa de ligar, segundo informou o Kremlin. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da agência de notícias Reuters.

Putin não conversava com um líder do país vizinho desde junho do ano passado, quando teve uma tensa conversa com o antecessor de Zelenski, Petro Porochenko, derrotado pelo famoso comediante televisivo no segundo turno da eleição presidencial de abril deste ano.

Depois disso, houve um grave incidente no estreito de Kerch, uma faixa de águas do mar Negro que separa a Crimeia, região que a Rússia retomou da Ucrânia em 2014, de território russo. Em novembro, Marinha de Moscou apreendeu três navios de Kiev que entraram na área sem autorização, e até hoje 24 marinheiros estão presos.

Em dezembro, Porochenko tentou falar com Putin, mas ele não atendeu o telefone. Para o Kremlin, ele queria fazer proselitismo pacifista em meio à campanha eleitoral que viria a perder para o famoso comediante de TV.

A eleição de Zelenski, que só entrou na corrida presidencial em janeiro, foi uma surpresa política enorme. Sua maior experiência política até então era ter vivido um professor que é eleito inesperadamente, devido à popularidade de um discurso seu na internet, como presidente da Ucrânia no programa de TV “Servo do Povo”.

Zelenski transplantou a temática e até o nome do programa para a vida real —Servo do Povo é o nome de seu partido. Assumiu em maio sob enorme desconfiança dos atores políticos tradicionais, que ora o veem como um fantoche do bilionário dono da TV que veiculava seu show, ora como um aliado potencial de Putin.

Os presidentes falaram provavelmente em russo, que é a língua natal do ucraniano e é falada amplamente em seu país. Eles discutiram, segundo o Kremlin, a questão dos marinheiros presos e a continuidade do conflito no leste da Ucrânia.

Putin anexou a Crimeia, região historicamente russa e com maioria étnica afiliada a Moscou, depois que um golpe derrubou o presidente pró-Kremlin em Kiev no começo de 2014. Na sequência, houve tentativas separatistas em várias cidades grandes da Ucrânia, sem o mesmo sucesso.

Mas a região de maioria russa étnica do Donbass, importante centro industrial desde os tempos da União Soviética, viu explodir uma guerra civil. Já morreram, segundo a ONU, cerca de 13 mil pessoas. No momento, as escaramuças são esporádicas, mantendo o conflito em um estado congelado.

Zelenski quer mudar isso, até para tentar retomar alguma normalidade institucional em seu país, sob grave crise econômica. Em sua campanha, foi cauteloso: tinha de criminalizar o Kremlin sob pena de perder apoio doméstico, mas sempre falou em diálogo. Já Porochenko manteve uma retórica mais inflamada.

Sempre segundo o relato oficial dos russos, os presidentes discutiram retomar os diálogos com base no Grupo da Normandia, formado pelos dois países, França e Alemanha. Com isso, seriam descartadas as tentativas de acomodação que ocorreram sob os fracassados acordos de Minsk (capital da Belarus, que sediou as negociações).

Putin tem os prisioneiros para ofertar como símbolo de boa vontade. Até aqui, contudo, a manutenção do conflito em baixa intensidade no leste da Ucrânia serve a seu objetivo principal, que é o de manter o país vizinho desestabilizado o suficiente para não ter força política e buscar a integração às instituições ocidentais, promessa de Porochenko e também de Zelenski.

O temor maior de Moscou é ver Kiev na Otan, a aliança militar ocidental. O mapa explica: a Ucrânia é, com a Belarus, um grande tampão entre as forças russas e as do Ocidente. Zelenski, ainda que pró-Ocidental, nunca fez uma defesa enfática de integração militar com o bloco liderado pelos EUA.

O movimento de Zelenski veio após Putin lhe apresentar um cartão de visitas, logo após a vitória: emitiu um decreto facilitando a concessão de nacionalidade russa aos moradores do Donbass. Movimento semelhante ocorreu na Crimeia antes da anexação, oficialmente a aceitação do plebiscito separatista ocorrido na península.

Analistas duvidam, contudo, que Putin queira mais do que pressionar. O Donbass é uma região deficitária e menos homogênea, do ponto de vista étnico, do que a Crimeia. A absorção da península já custou mais de US$ 5 bilhões em investimentos ao país, além de lhe render sanções ocidentais desde então.

A ONU não reconhece a anexação, que é considerada um fato consumado internacionalmente. Tanto é assim que Zelenski não falou, ao menos segundo o Kremlin, sobre o tema com Putin.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Após problemas com seu jato modelo 737 MAX, a Boeing vai deixar de ser a maior fabricante de aviões do mundo
Governo e oposição da Venezuela concordam em formar um grupo de trabalho permanente para tentar resolver a crise política
https://www.osul.com.br/os-presidentes-da-russia-e-da-ucrania-tiveram-sua-primeira-conversa-sobre-o-fim-do-conflito-entre-os-dois-paises/ Os presidentes da Rússia e da Ucrânia tiveram sua primeira conversa sobre o fim do conflito entre os dois países 2019-07-11
Deixe seu comentário
Pode te interessar