Quinta-feira, 03 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2020
Antes que a vacina chegue ao mercado, serão necessários testes clínicos em humanos
Foto: ReproduçãoUma vacina contra o Mal de Alzheimer pode se tornar realidade em breve, graças ao trabalho realizado pelo Instituto de Medicina Molecular e pela Universidade da Califórnia em Irvine, ambos nos Estados Unidos.
Cientistas acreditam que a doença é causada pelo acúmulo de “placas” compostas pelas proteínas beta-amilóide e tau no cérebro dos pacientes. Estas placas danificam os neurônios, causando a perda de memória e danos cognitivos comumente associados ao Mal.
Os pesquisadores, liderados por Nikolai Petrovsky, da Universidade Flinders, na Austrália, combinaram duas vacinas (AV-1959R e AV-1980R) que tem como alvo específico estas proteínas com um composto auxiliar chamado Advax. A ideia é estimular a produção de anticorpos que se conectam às proteínas, fazendo com que o sistema imunológico as destrua antes que as placas se formem.
Em testes com camundongos, o acúmulo de proteínas no cérebro foi substancialmente menor. Os pesquisadores até observaram uma redução nas placas pré-existentes no cérebro após a administração da vacina.
A equipe especula que o tratamento pode impedir o desenvolvimento do Mal de Alzheimer, além de reduzir os sintomas em pacientes que já começaram a desenvolver a doença.
Antes que a vacina chegue ao mercado serão necessários testes clínicos em humanos, algo que poderá ocorrer em cerca de dois anos, para se certificar de que o mecanismo de atuação é o mesmo dos camundongos e que não há efeitos colaterais associados ao tratamento.
O que é Alzheimer?
A Doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.
A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado.
Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
No Brasil, centros de referência do SUS (Sistema Único de Saúde) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.
Os cuidados dedicados às pessoas com Alzheimer, porém, devem ocorrer em tempo integral. Cuidadores, enfermeiras, outros profissionais e familiares, mesmo fora do ambiente dos centros de referência, hospitais e clínicas, podem encarregar-se de detalhes relativos à alimentação, ambiente e outros aspectos que podem elevar a qualidade de vida dos pacientes.
O que causa o Alzheimer?
A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.