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Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2020
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou nesta quarta-feira (25) o retorno das operações das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil. O avião foi impedido de voar por autoridades certificadoras após dois acidentes na Indonésia e na Etiópia que mataram 346 pessoas em cinco meses em 2018 e 2019.
No último dia 18, a Autoridade Federal de Aviação norte-americana (FAA, na sigla em inglês) autorizou a Boeing a retomar os voos e divulgou uma diretriz de aeronavegabilidade detalhando as mudanças necessárias. No mesmo dia, a Anac havia informado que verificaria se as modificações propostas eram seguras e atendiam aos requisitos.
“A Diretriz de Aeronavegabilidade da FAA foi adotada também pela Anac e tem vigência automática no Brasil, devendo ser cumprida de imediato pelos operadores aéreos que pretendem operar o modelo”, diz a Anac em nota.
Das companhias aéreas que operam no País, apenas a Gol Linhas Aéreas possui aeronaves do modelo. A Anac informa que está trabalhando com a empresa para assegurar a implementação de qualquer adaptação necessária e treinamento de aeroviários para garantir a segurança dos passageiros.
“Dentre as exigências de projeto está a determinação para a reconfiguração do sistema de controle de voo desse modelo de aeronave, a correção do roteamento do conjunto de cabos, revisões de procedimentos incorporados ao manual de voo e testes de recalibração dos sensores”, diz o comunicado.
O retorno das operações foi permitido com a revogação de uma Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (número 2019-03-01) que proibia a operação do avião da Boing no Brasil. A suspensão havia ocorrido em março de 2019.
Em setembro deste ano, um painel do Congresso dos Estados Unidos concluiu, após 18 meses de investigação, que os dois acidentes com o Boeing 737 MAX resultado de falhas da fabricante de aeronaves Boeing e da FAA. “Eles foram o terrível resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma supervisão grosseiramente insuficiente da FAA”, concluiu o relatório.
Nella
A empresa aérea de baixo custo Nella Linhas Aéreas protocolou pedido na Anac para iniciar operações regionais no País.
Segundo a Anac, o pedido faz parte da 1ª de uma série de etapas para a obtenção do COA (Certificado de Operador Aéreo), documento que autoriza o início das atividades da companhia. O processo pode durar vários meses, até que a empresa esteja apta a lançar o primeiro voo, mas a previsão é de que isso ocorra ainda no primeiro semestre de 2021.
A Nella Linhas Aéreas é controlada pela americana Nella Airlines Group Inc, instalada em Delaware, nos Estados Unidos. Tem o capital 100% estrangeiro. A Receita Federal e o Banco Central do Brasil aprovaram na última segunda-feira (23) o registro do CNPJ do grupo no Brasil.
Com o lema “Não se trata apenas de voar”, a companhia buscará atender à demanda de cidades do interior ainda desassistidas pelo serviço aéreo.
O brasileiro Maurício Souza, fundador da Nella, disse que o nome da empresa foi uma homenagem à filha Antonella, de menos de 1 ano, e que aplicará a jovialidade do nome nos valores da empresa.
Segundo Souza, a Nella deve operar, inicialmente, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com aviões ATR 72-600, muito utilizados para pouso e decolagem em aeroportos menores. As aeronaves possuem capacidade para transportar até 72 passageiros em voos regionais.