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Redação O Sul
| 6 de novembro de 2020
Na Dinamarca, pesquisadores encontraram uma mutação do coronavírus que é menos sensível aos anticorpos de pacientes que tiveram covid-19 e coloca todas as vacinas em desenvolvimento em risco. Em um relatório da agência de doenças infecciosas do país, especialistas afirmam que a variante mais preocupante do coronavírus foi encontrada em apenas 12 pessoas. A versão do vírus viria do vison e, por isso, o país planeja abater 17 milhões de animais da espécie para conter a propagação da mutação.
Desde de junho 214 pessoas foram diagnosticadas com mutações do coronavírus relacionadas ao vison. Foram encontradas quatro alterações diferentes na espícula de proteína spike, usada para o vírus se prender a células humanas e causar a infecção. Uma das mutações é a chamada “Cluster 5”, que é mais resistente aos anticorpos de pessoas que tiveram a covid-19 (Sars-CoV-2).
Entre as 12 pessoas infectadas com a variante mais perigosa do vírus, 11 delas eram da região da Jutlândia do Norte, no noroeste do país, e uma na Zelândia. “A melhor maneira de se livrar dessa variante é geralmente desacelerar a propagação da infecção”, segundo o relatório.
A agência dinamarquesa alerta que o vírus não é mais infeccioso do que a variante que causou a pandemia global de covid-19, mas ela pode prejudicar a eficácia das vacinas que estão em desenvolvimento no mundo.“Essa descoberta é preocupante, pois pode ter um impacto potencial no futuro efeito de uma futura vacina contra a covid-19 na infecção com esta e outras novas variantes do vison. Também pode representar um risco de comprometimento da imunidade após a infecção por covid-19”, de acordo com o relatório, que também alerta para o risco de reinfecções em razão das mutações.
Remédio
A farmacêutica sul-coreana Celltrion disse nesta sexta-feira (6) que pacientes tratados com seu remédio experimental de anticorpos contra covid-19 em um teste de estágio inicial pequeno mostraram uma melhora de ao menos 44% no tempo de recuperação.
O resultado é auspicioso para a Celltrion, que planeja pedir uma aprovação condicional para o tratamento de anticorpos monoclonais batizado de CT-P59 para uso emergencial até o final do ano na Coreia do Sul.
Em seu teste de estágio inicial global, que recrutou 18 pacientes com sintomas brandos de covid-19, 15 participantes que receberam o tratamento tiveram um tempo de recuperação médio cerca de 44% mais rápido do que o de três pessoas de um grupo de placebo.
Até agora, nenhum paciente do estudo tratado com CT-P59 precisou ser hospitalizado ou receber outra terapia antiviral por causa da covid-19, e o tratamento foi bem tolerado, sem problemas de segurança clinicamente significativos, disse a empresa.