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Brasil A Operação Lava-Jato começou a traçar o caminho do dinheiro desviado dos aposentados dos Correios até políticos do MDB

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(Foto: Reprodução)

Oito meses após captar R$ 62 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios, o grupo empresarial de Arthur Pinheiro Machado efetuou sucessivas transferências bancárias para um escritório de advocacia que, segundo seu próprio dono, lavava dinheiro para o PMDB, o Calazans de Freitas Advogados Associados. Ao detectar esses repasses, a Operação Lava-Jato do Rio de Janeiro começou a traçar o caminho do dinheiro desviado dos aposentados dos Correios até políticos do partido.

Por causa dessas transações suspeitas, Machado e outros operadores foram presos no último dia 12 na Operação Rizoma, deflagrada no Rio — Milton Lyra, lobista ligado ao PMDB e ex-sócio de Machado, também foi alvo.

O dono do escritório, o advogado Flávio Calazans, fechou um acordo de delação premiada e afirmou que os contratos com Arthur Machado eram de fachada, sem prestação de serviços, apenas para lavar dinheiro. Conforme o jornal O Globo, a delação de Calazans está no Supremo Tribunal Federal. Além de afirmar que Milton Lyra intermediou esses contratos de fachada, Calazans entregou documentos que mostram transações bancárias e trocas de e-mails com os envolvidos.

Nos dias seguintes ao recebimento dos repasses, Calazans fazia sucessivas transferências a uma empresa usada para gerar dinheiro em espécie, a AP Energy — cujos donos delataram à Lava-Jato o pagamento de propinas ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). Lobão sempre negou essas acusações.

Entre março e outubro de 2014, o escritório de Calazans recebeu quatro transferências bancárias, no total de R$ 2,9 milhões, da Americas Trading Group (ATG) e da Alubam — ambas tinham Arthur Machado como sócio e Milton Lyra como integrante do conselho de administração.

Os extratos bancários revelam que, após os recebimentos, Calazans fazia transferências bancárias fracionadas à AP Energy, que totalizaram mais de R$ 3 milhões. Na delação, ele diz que todas as transações que efetuava eram por ordem do grupo de Lyra.

O dono da AP Energy, Fernando Mendes Brito, e seu filho Rodrigo Brito já haviam confirmado anteriormente à Polícia Federal (PF), em um outro inquérito, que a empresa gerava notas fiscais falsas e devolvia dinheiro em espécie.

A família Brito, porém, ainda não prestou depoimento à PF sobre as transações com o escritório Calazans de Freitas. Caberá a eles esclarecer aos investigadores qual o destino final dos recursos desviados dos aposentados dos Correios.

“A pedido de Lyra”

Nos autos da Operação Rizoma, o MPF (Ministério Público Federal) chama atenção para as movimentações financeiras entre as empresas de Machado e Calazans. O MPF diz que o escritório é “suspeito de ser utilizado para recebimento e repasse de valores a título de propina, a pedido de Milton Lyra”.

A Lava-Jato também detectou diversos outros repasses nebulosos envolvendo a ATG que estão sob investigação, como, por exemplo, transferências de mais de R$ 4 milhões para contas no exterior do operador financeiro Edward Penn. Em troca, segundo a investigação, os recursos eram devolvidos em dinheiro vivo no Brasil. Penn também foi preso na Operação Rizoma.

Procurada para comentar, a ATG afirmou que Machado foi afastado de suas funções após a prisão, frisou que a administração da empresa está sendo reformulada e que a atual direção “desconhece por completo os fatos ilícitos veiculados”.

A defesa de Arthur Machado nega irregularidades nos contratos e diz que a suspeita do MPF em relação a Calazans é “fantasiosa”. A defesa de Milton Lyra afirmou que suas sociedades e relações comerciais com Machado se encerraram em 2015. O advogado de Penn, Rafael Faria, negou irregularidades e afirmou que seu cliente “é empresário e sempre prestou importantes serviços para o mercado financeiro”.

 

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