Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2020
A produção industrial mensal da Alemanha despencou 17,9% em abril em relação a março, e 25,3% na comparação com abril do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (8) pelo Departamento Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis). Esse é o maior recuo desde o início da série histórica, que começa em janeiro de 1991.
A queda mensal foi quase o dobro do recuo de 8,9% registrado em março. Os números são piores do que os previstos por analistas, mostrando o forte impacto das medidas de isolamento social impostas para conter o avanço da pandemia de Covid-19, que só começaram a ser relaxadas a partir de 20 de abril.
Após a divulgação dos dados, o Ministério da Economia afirmou que “o ponto mais baixo da desaceleração foi alcançado”.
A indústria automotiva teve peso importante no recuo da produção industrial em abril, com queda de 74,6%, consequência da paralisação das cadeias de suprimentos. O setor de bens de consumo caiu bem menos, 8,7%.
Na semana passada, o governo da chanceler Angela Merkel anunciou um pacote de 130 bilhões de euros em medidas de estímulo, incluindo subsídios para a compra de veículos elétricos e isenção temporária de impostos.
Os dados de encomendas de fábricas, divulgados na sexta-feira, mostraram uma queda em 25,8% em abril, após recuo de 15% em março. No primeiro trimestre, a Alemanha aparentemente conseguiu se sair melhor que seus pares, com a economia recuando apenas 2,2% no período.
Maior declínio
Como as medidas para conter a disseminação do coronavírus foram implementadas a partir de meados de março, as restrições mostraram seu impacto em escala total em abril, disse o Ministério da Economia alemão. “O ponto mínimo foi atingido. Com o alívio gradual das medidas de proteção e a retomada da produção na indústria automotiva, a recuperação econômica está começando agora.”
Os dados reforçam as expectativas de que a economia alemã registrará seu maior declínio desde o fim da Segunda Guerra Mundial no segundo trimestre.
“O Produto Interno Bruto alemão deve recuar mais de 10% no segundo trimestre, uma leitura nunca antes registrada em tempos de paz”, disse Thomas Gitzel, economista do VP Bank Group.
Para 2020 como um todo, o governo prevê que o PIB recuará 6,3%, com base no pressuposto de que um pacote de estímulo fiscal de 130 bilhões de euros ajudará a retomar a atividade econômica no segundo semestre do ano. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle e da agência de notícias Reuters.