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Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2020
Enviado pelo Instituto Butantan, de São Paulo, um primeiro lote da vacina experimental chinesa CoronaVac chegou nesta segunda-feira (3) ao Hospital São Lucas da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), na Zona Leste de Porto Alegre. Os testes devem começar em breve, com 850 voluntários escolhidos entre 5 mil candidatos recrutados entre profissionais de saúde.
Desenvolvida pela indústria farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, a CoronaVac é considerada uma das mais promissoras do mundo no combate ao coronavírus. O Hospital São Lucas da PUCRS é um dos 12 centros que serão responsáveis pelos testes da chamada “Fase 3”, em seres humanos.
A lista de quem vai participar do processo será finalizada nesta semana, permitindo o agendamento da testagem inicial. “Os voluntários serão divididos em grupos e, após receberem a injeção, serão monitorados continuamente, para documentação dos resultados”, explica a instituição em seu site oficial.
A farmacêutica do gigante asiático fornece ao Butantan as doses para a realização dos testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança.
Caso a vacina seja aprovada, a Sinovac e o Butantan firmarão acordo de transferência de tecnologia para produção em escala industrial nos dois países. No Brasil, a ideia é fornecer o produto gratuitamente no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), após o registro do produto pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
De acordo com o diretor técnico do Hospital São Lucas, Saulo Bornhorst, os testes clínicos da CoronaVac podem representar uma grande solução para a pandemia: “Imaginamos que o desfecho positivo mais provável contra o coronavírus seja a vacinação. Essa chegada de doses é um marco”.
Instituições envolvidas
A CoronaVac utiliza tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outros produtos do gênero. Por esse motivo, o Instituto Butantan-SP avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente. Nas etapas 1 e 2, o laboratório sediado em Pequim já havia realizado cerca de mil testes no país asiático – o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
No Rio Grande do Sul e em outros cinco Estados, ao menos 9 mil voluntários devem participar da experiência em centros de pesquisa. Em São Paulo, os escolhidos são o Hospital das Clínicas, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein, além de instituições de São Caetano do Sul, Ribeirão Preto, Campinas e São José do Rio Preto.
No Distrito Federal, o estudo envolve a UnB (Universidade de Brasília), ao passo que no Rio de Janeiro inclui o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Também participam o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Universidade Federal de Minas Gerais e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
(Marcello Campos)