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Mundo Acordo União Europeia-Mercosul: selo de exportador para a Europa vai impulsionar a indústria do Brasil no comércio internacional, dizem especialistas

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Será a maior parceria de comércio e investimento do mundo, abrangendo cerca de 700 milhões de pessoas

Foto: Reprodução
Será a maior parceria de comércio e investimento do mundo, abrangendo cerca de 700 milhões de pessoas. (Foto: Reprodução)

Os avanços em direção à aprovação do Acordo União Europeia-Mercosul são vistos pela indústria brasileira como uma oportunidade para que o País avance em exportações, amplie o número de parceiros comerciais em outras regiões do mundo e atraia investimento ao Brasil. O movimento é visto como central em um momento de mudança na geopolítica — com o avanço de medidas protecionistas turbinadas pela eleição de Donald Trump nos EUA — e de demandas impostas pelas mudanças climáticas, incluindo o Brasil em cadeias globais de produção e de suprimentos.

A novela que se encerrou na última sexta-feira (6), na Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, foi uma longa etapa de 25 anos de negociações. O maior foco de resistência vem de países europeus liderados pela França. Com base na experiência de acordos anteriores, estima-se que esse processo possa levar cerca de quatro anos.

De todo modo, o anúncio da conclusão do acordo é um marco. É o primeiro acordo do mundo que une dois blocos regionais, o primeiro acordo abrangente do Mercosul e o maior da União Europeia. Será a maior parceria de comércio e investimento do mundo, abrangendo cerca de 700 milhões de pessoas e um PIB conjunto de US$ 22 trilhões.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, avalia que, uma vez aprovado, o acordo vai ajudar a reverter o processo de “reprimarização” das exportações nacionais, impulsionando a indústria. Com a abertura do mercado europeu, aproximadamente 97% das exportações industriais brasileiras ao bloco terão tarifa zero assim que o acordo entrar em vigor.

“Além de diversificar nossas exportações e ampliar a base de parceiros comerciais, elevando o acesso preferencial brasileiro ao mercado mundial de 8% para 37%, essa medida incentivará a indústria do Brasil a exportar bens de maior valor agregado para um mercado altamente competitivo, com um PIB per capita de US$ 40,8 mil, fortalecendo a presença do país em cadeias globais de valor e promovendo a diversificação da pauta exportadora”, afirmou Alban, em nota, lembrando que em 2023, para cada R$ 1 bilhão exportado para o bloco europeu foram criados 21,7 mil empregos.

Em nota, a Firjan, que representa a indústria fluminense, destacou que também, juntamente com a melhoria no ambiente de negócios, o acordo vai ajudar a ampliar em 1,5% os investimentos estrangeiros no país, citando dados do Ipea.

E, em relação às exportações de bens industriais, diz a Firjan em nota, a estimativa é de que “97% das vendas para o bloco europeu tenham tarifa zero”. A previsão é que as mercadorias brasileiras ganharão acesso preferencial a 37% do mercado mundial.

“Ao todo, cerca de 95% das linhas tarifárias das exportações do Mercosul para UE estarão livres de taxações. Em paralelo, 91% das linhas tarifárias do Mercosul serão liberalizadas para as importações com origem no bloco europeu”, acrescenta o texto, reforçando que é preciso ter regras claras de origem estabelecidas no acordo.

Segundo a Anfavea, é preciso coragem para avançar em acordos que realmente tragam benefícios para todos os signatários, sem expor o Brasil a prejuízos em seu parque industrial, em especial ao ecossistema automotivo, tão importante para a inovação e a geração de mais de 1,2 milhão de empregos de alta qualidade no país.

“O acordo Mercosul – União Europeia, gestado há mais de duas décadas, estipula um período de redução tarifária de ao menos de 15 anos para a maioria dos veículos. Além disso, foram criadas salvaguardas aos investimentos no setor automotivo, acionáveis com base em parâmetros como nível de emprego, vendas, produção e ocupação da capacidade instalada. O mecanismo poderá suspender a redução das alíquotas, ou até mesmo retorná-las a 35%, por um período de 3 anos, renovável por mais 2 anos”, disse a Federação em nota.

A Anfavea afirmou ainda que nos próximos dias o setor aprofundará em detalhes os termos do acordo para ter um julgamento mais apropriado sobre todos os seus impactos.

 

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