Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
Principal articulador do presidente Jair Bolsonaro no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) colocou o seu cargo de líder do governo à disposição depois que foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) na manhã desta quinta-feira (19).
Bezerra disse que conversou sobre o tema com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa, ao longo dos próximos dias, fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder uma nova escolha ou não”, afirmou.
A Polícia Federal realizou uma operação no Congresso que teve como alvo Bezerra Coelho e um de seus filhos, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Os fatos investigados são da época em que Bezerra Coelho era ministro da Integração Nacional de Dilma Rousseff (PT). Um dos focos são as obras de transposição do rio São Francisco.
“Quero deixar, desde pronto, o governo à vontade para que, fazendo o juízo da necessidade de um novo interlocutor, que não haverá, da minha parte, nenhuma dificuldade. Vou continuar ajudando na agenda que acredito, que é a agenda da área da economia”, disse o senador.
Bezerra Coelho declarou estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos e afirmou entender que houve excesso na decisão judicial que autorizou a operação.
“Não havia nenhuma necessidade dessas diligências nas minhas residências e nos meus locais de trabalho”, disse o senador, que deixou o seu apartamento para reunir-se com advogados em outro local.
Onyx disse que definirá, neste final de semana, em conversa com Bolsonaro, a situação de Bezerra Coelho, mas que a posição do governo, neste momento, é de “aguardar os acontecimentos”. Ele ponderou que a investigação se refere a “fatos passados”.
“A posição de nosso governo é de aguardar os acontecimentos. Eu estou sendo informado agora que ele colocou o cargo à disposição. No final de semana, vou conversar com o presidente e nós vamos ver que atitude vai ser tomada. Mas, neste momento, nós temos de aguardar. É uma questão individual dele e de vida pregressa”, disse o gaúcho.
No Palácio do Planalto, assessores disseram que o presidente foi eleito com a bandeira da ética e da nova política e que, por isso, a permanência de Bezerra Coelho como líder é considerada remota.