Domingo, 19 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 16 de abril de 2016
A decisão do PP de fechar o voto da bancada a favor do impeachment, sob ameaça de expulsão em caso de desobediência, tirou ao menos quatro votos do governo de Dilma Rousseff.
Mário Negromonte Jr (BA) e Nelson Meurer (PR), que eram contra a abertura do processo, se tornaram, respectivamente, indeciso e a favor. Já André Abdon (AP) e Toninho Pinheiro (MG), que antes não queriam se manifestar, passaram a ser favoráveis ao impeachment.
“O partido fechou questão para que todos os deputados votem de acordo com a indicação. Tenho que fortalecer o partido, porque sou um cara partidário. Não tive outra opção”, explicou o deputado Meurer.
Segundo a assessoria do deputado Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente da Câmara, 14 deputados federais deixarão a sigla “em solidariedade contra a intervenção no diretório do PP do Maranhão”. Até as 17h deste sábado (16), os nomes não haviam sido informados.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional da legenda, protocolou pedido para que Maranhão seja destituído da presidência do diretório estadual do Estado. Caso isso aconteça, ele será substituído por André Fufuca (MA), que votará a favor do impeachment.
Por meio de sua assessoria, ele afirmou ser “mentira” a informação da desfiliação de 14 deputados da sigla. Segundo ele, a dissidência era de 11 deputados, número que já teria sido reduzida para 8.
Maranhão também pode ser retirado da vice-presidência da Câmara e expulso do partido.
Na sexta-feira (15), foi divulgado um vídeo em que o deputado Waldir Maranhão (MA) muda de lado e se coloca contra o impeachment. Segundo a assessoria, o parlamentar decidiu se contrapor a José Sarney, outra liderança no estado do Maranhão.
“Com o [Michel] Temer se tornando presidente, certamente Sarney colocaria de volta a Roseana [Sarney], [Edison] Lobão de novo como ministro. Esse quadro é muito ruim para o Estado”, apontou a assessoria.
Maranhão garante que conseguirá 12 votos dentro do partido contra o impeachment. Em entrevista, na sexta, o deputado Júlio Lopes (PP-RJ) questionou a contagem. “Não vejo como ele possa ter mais do que quatro votos. Ele não tem 12 votos de jeito nenhum”, afirmou.
A assessoria de Maranhão informou que a lista de deputados contrários não será divulgada para “evitar o assédio de Temer”.
Também na sexta, Mário Negromonte Jr confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que votaria contra a abertura do impeachment. Neste sábado, contudo, a posição que tomará no domingo voltou a ser indefinida.
Segundo a assessoria, “todo o eleitorado” de Negromonte é contra a saída da presidente, mas, com a imposição do partido, ele decidiu repensar a decisão. Um dos motivos para isso, indica, é o longo período que o político está na legenda, o que torna a situação “muito delicada”. (Folhapress)