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Por Redação O Sul | 6 de maio de 2016
Separados pelo Holocausto, os irmãos Abram Belz e Chaim Belzhitsky morreram sem ter a chance de se ver outra vez. Mais de 70 anos depois, suas famílias se conheceram via Skype, num encontro emocionante. Todo mundo chorou, recorda Jess Katz, neta de Abram.
“O que você diria para alguém que você está procurando por toda a sua vida?”, perguntou Jess.
Em frente ao computador em Nova Jersey estavam a filha e as quatro netas de Abram. Do outro lado do monitor em Sakhalin Island, na Rússia estavam o filho, a neta e as bisnetas de Chaim.
Abram viu Chaim pela última vez em 1939, o ano em que sua família foi transferida juntamente com milhares de outros judeus poloneses para o gueto de Piotrków Trybunalski, no início da Segunda Guerra Mundial.
A mãe dos jovens insistiu que eles fugissem. Enquanto Chaim foi para a União Soviética, Abram, por ser o mais velho, decidiu ficar no gueto, acabando sendo levado mais tarde para um campo de concentração.
A família sabia que Chaim havia sobrevivido à fuga porque se correspondiam com regularidade, mas houve um momento em que as cartas deixaram de chegar e o contato foi perdido.
No fim da Segunda Guerra, Abram, um dos poucos sobreviventes do Holocausto, mudou-se para Estados Unidos, onde casou e constituiu família, sem nunca deixar de tentar encontrar o irmão.
Depois de muitas tentativas frustradas e recorrendo ao governo polonês e a ONGs de apoio a sobreviventes do Holocausto, as redes sociais fizeram o que em 77 anos não foi possível.
A neta de Abram, através de um site judeu, entrou em contato com um especialista em árvores genealógicas que rastreou nos documentos russos o nome de Chaim. Depois, a informação foi compartilhada num grupo de judeus no Facebook e, posteriormente, em outra rede social russa.
A informação divulgada pela neta de Abram cruzou fronteiras até chegar em Evgeny Belzhitsky, filho de Chaim, através da rede social russa Classmate.
Abram morreu em 2011, com 95 anos. Chaim morreu com 51 anos, vítima de um tumor cerebral.