Domingo, 09 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2024
Após novos alagamentos em Porto Alegre na sexta-feira (24), a prefeitura da capital gaúcha suspendeu a força-tarefa que tinha previsão de atuar nesse sábado (25) na limpeza do entorno do Mercado Público, no Centro Histórico. As chuvas que atingem o Estado nas últimas semanas geraram acúmulo de lixo e, em toda a cidade, se proliferam montanhas de descartes de móveis, alimentos, produtos e outros bens destruídos pelas enchentes, que dão um aspecto de lixão a céu aberto.
Ao todo, 800 garis atuam nos serviços de limpeza dos bairros mais afetados pela cheia do Guaíba, conforme as águas vão baixando, e contam com o auxílio de mais de 200 equipamentos, entre caminhões e retroescavadeiras.
Com vários pontos da cidade ainda submersos, no entanto, os profissionais trabalham apenas onde é possível chegar e com muitas limitações. Até sexta, seis bairros permaneciam totalmente inacessíveis. As chuvas de quinta (23) inundaram, inclusive, áreas que não tinham sido alcançados na enchente, como Cavalhada e Restinga, na Zona Sul da cidade.
A prefeitura informou que as equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) atuariam nesse sábado em 15 localidades onde as águas baixaram. Foram retiradas 8.970 toneladas de resíduos das ruas até a noite de sexta.
O lixo está sendo encaminhado a um aterro emergencial a 22 quilômetros de Porto Alegre, em funcionamento desde o meio da semana. A prefeitura assinou um acordo para a contratação emergencial para o descarte de 77 a 180 mil toneladas de resíduos das enchentes. O novo local, em Gravataí, na Região Metropolitana, terá um custo previsto de R$ 19,7 milhões e servirá como depósito para montantes que podem chegar a até 150 vezes a média diária de lixo recolhida na cidade.
A conta da limpeza ultrapassa os R$ 24 milhões, mas deve chegar a mais de R$ 100 milhões, segundo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB). Um levantamento de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com a empresa Mox Debris e voluntários, calcula que o volume de entulho gerado no Estado pode chegar a 46,7 milhões de toneladas.
Mortos sobem
O boletim mais recente da Defesa Civil gaúcha divulgado na noite desse sábado (25) informou que o número de mortos na tragédia climática do Rio Grande do Sul subiu para 166 e há ainda 61 pessoas desaparecidas. Ainda de acordo com o órgão, 2,3 milhões de gaúchos de 469 municípios já foram afetados. São, ao todo, 581 mil pessoas desalojadas e 55 mil em abrigos.
Em todo o Estado, há mais de 126 mil pontos sem energia elétrica. A Corsan, por sua vez, afirma que o sistema de abastecimento de água foi normalizado e que segue trabalhando para o restabelecimento do serviço “em pontos específicos”. Há ainda 72 trechos com bloqueios totais e parciais em 43 rodovias, entre estradas, pontes e balsas.