Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2022
O número de assassinatos no país continua em queda em 2022, segundo o índice nacional de homicídios criado pelo portal de notícias G1, com base nos dados oficiais dos Estados e do Distrito Federal. Foram 30,2 mil assassinatos nos primeiros nove meses deste ano, o que representa uma queda de 3% em relação ao mesmo período de 2021. Mesmo assim, o número é elevado: em média, 111 brasileiros foram assassinados por dia entre janeiro e setembro deste ano.
Estão contabilizadas no número as vítimas dos seguintes crimes: homicídios dolosos (incluindo os feminicídios); latrocínios (roubos seguidos de morte); e lesões corporais seguidas de morte.
Mesmo com a queda, os números do terceiro trimestre do ano acendem um alerta, pois eles mostram que a diminuição de assassinatos no País desacelerou.
O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Veja os principais destaques:
– Houve 30,2 mil assassinatos nos primeiros nove meses deste ano, mais de mil mortes a menos que no mesmo período de 2021;
– Na contramão do país, 11 estados registraram alta nas mortes;
– Amapá teve a maior queda: 34%;
– Rondônia teve o maior aumento nos crimes: 29%;
A queda desacelerou no terceiro semestre do ano, período em que 17 estados tiveram alta de assassinatos.
Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: mudanças na dinâmica do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.
A queda ao longo de 2022 até o momento está seguindo a mesma tendência do ano passado. Em 2021, o Brasil teve uma queda de 7% no número de assassinatos. Foram 41,1 mil mortes violentas intencionais no país no ano passado, o menor número de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007.
A maioria das regiões do país registrou queda nos indicadores de mortes violentas intencionais entre janeiro e setembro deste ano.
Este fato deve ser celebrado, segundo Bruno Paes Manso, do NEV-USP. “A redução dos homicídios, que já era observada desde 2018, continua mesmo com a volta das pessoas às ruas depois da vacinação contra a covid”, diz.
Veja alguns destaques regionais:
– A queda mais expressiva foi a da região Nordeste, com uma diminuição de quase de 5%. Foram mais de 700 mortes a menos, puxadas principalmente pela Bahia (-11% de mortes) e pelo Ceará (-8%). Vale notar que três estados da região tiveram alta: Piauí (9%), Alagoas (7%) e Pernambuco (2%).
– Já a região Sudeste teve uma queda de 4% nos primeiros nove meses do ano. No balanço semestral, o Sudeste tinha sido a região com a maior queda, de 7% — mas o terceiro semestre do ano teve um aumento considerável de mortes em Minas Gerais (9%) e em São Paulo (11%), o que fez com que a queda da região desacelerasse no apanhado geral.
Os pontos de atenção são para as regiões Centro-Oeste, que teve uma queda de 1%, e Sul, que registrou alta de 3%.
– No Centro-Oeste, os indicadores são puxados por Mato Grosso (13%) e Mato Grosso do Sul (5%), estados marcados por conflitos nas fronteiras.
– Já no Sul, Rio Grande do Sul e Paraná tiveram aumento nas mortes de 2% e 6%, respectivamente. As informações são do portal de notícias G1.