Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2025
Um objeto misterioso foi identificado passando pelo nosso Sistema Solar nesta semana. A Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) confirmou que o corpo celeste é um cometa interestelar e não representa risco para a Terra.
Batizado de “3I/ATLAS”, o cometa foi avistado na terça-feira, 1º, por um telescópio em Rio Hurtado, no Chile, parte do Sistema de Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (ATLAS), um projeto financiado pela Nasa. Segundo informações da revista científica “Nature”, o objeto foi visto se movendo em uma velocidade recorde e está viajando em curva, mas não em circuito fechado. Ele deve passar pelo nosso sol sem ser capturado pela gravidade.
O que está realmente empolgando os astrônomos é que o cometa não é do nosso sistema. De acordo com a agência, ele veio da direção da constelação de Sagitário, onde fica o centro da galáxia. Assim como a maioria dos corpos celestes detectados em nosso Sistema Solar.
Apenas outros dois objetos foram reconhecidos como de origem interestelar. O primeiro em 2017, Oumuamua e o cometa 2I/Borisov, avistado em 2019. Por ser o terceiro, recebeu o nome de “3l” e Atlas, pelo telescópio que o identificou.
No momento, ele está passando próximo à órbita de Júpiter e está em direção do Sol. A expectativa é que ele atravesse o Sistema Solar em outubro, a uma velocidade de 68km por segundo. De acordo com o Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional, alguns cientistas observaram uma cauda, o que sugere que ele possa estar expelindo gás e poeira.
“O cometa não representa nenhuma ameaça à Terra e permanecerá a uma distância de pelo menos 1,6 unidades astronômicas [cerca de 150 milhões de milhas]”, disse a Nasa.
Marte perde água
A Nasa revelou uma descoberta inédita sobre o processo que transformou Marte em um planeta árido e inabitável. Em artigo publicado nesta semana na revista Science Advances, a agência espacial norte-americana apontou que a pulverização da atmosfera do planeta foi a principal responsável pela perda de sua água há bilhões de anos.
Segundo os cientistas, esse fenômeno ocorreu no início da história marciana, quando o planeta perdeu seu campo magnético e passou a ser diretamente exposto a ventos e tempestades solares. Sem proteção, sua atmosfera começou a se desgastar, impedindo a estabilidade da água líquida na superfície. “A água começou a escapar em larga escala para o espaço”, afirmou a Nasa.
A analogia feita pelo pesquisador Shannon Curry, principal autor do estudo, ajuda a entender a dimensão do processo: “É como fazer um salto de bola de canhão em uma piscina. Os íons pesados que se chocam com a atmosfera espalham átomos e moléculas neutras”.
Observação inédita
A missão Maven, que há dez anos monitora Marte em parceria com a Universidade do Colorado, conseguiu observar diretamente esse fenômeno pela primeira vez.
Anteriormente, os cientistas haviam apenas deduzido sua existência a partir da proporção de isótopos de argônio na atmosfera marciana, que indicavam a perda seletiva por pulverização.
Para captar a pulverização em tempo real, a equipe da Maven realizou medições simultâneas em diferentes regiões e altitudes do planeta, tanto no lado diurno quanto noturno, mapeando com precisão os pontos onde o vento solar atinge a atmosfera e dispersa átomos de argônio.
“É como se antes víssemos apenas as cinzas de uma fogueira. Agora, finalmente observamos o fogo”, disse Curry.