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Por Redação O Sul | 16 de abril de 2018
A distração e o esquecimento são bastante comuns na vida de todos nós, e podem ocorrer por diversos motivos diferentes. Na maioria das vezes, a falta de atenção se estende não só ao campo pessoal, mas também ao profissional. No entanto, a dificuldade de concentração pode não ser apenas um detalhe.
Algumas pessoas têm déficit de atenção e passam a vida toda sem receber o diagnóstico adequado. O que diferencia quem apresenta o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade) é a intensidade dos sintomas e o comprometimento que eles causam no âmbito profissional, no acadêmico e nas relações pessoais.
“O déficit de atenção acaba tirando o foco. Normalmente, as pessoas ficam ‘viajando’ em seus pensamentos, da mesma forma que vários estímulos externos chamam mais a atenção do que, de fato, é preciso fazer. Quem tem déficit de atenção usa mais ‘energia’ para atingir seus objetivos”, afirma o psicólogo Fernando Elias José, que há 20 anos dedica-se à pesquisa em Ciências Cognitivas.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 4% da população adulta mundial têm o TDAH (só no Brasil, o transtorno atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas adultas), que se apresenta muitas vezes no excesso de atividades ou trabalho, impulsividade, dificuldade na atenção concentrada, baixa autoestima, troca de emprego ou desemprego e menor chance de satisfação em várias áreas da vida.
Vivenciar situações de dificuldade de concentração no cotidiano pode produzir uma ideia de fracasso, geralmente reforçada por comentários e brincadeiras de colegas, dizendo que você é estabanado, avoado, ou que está sempre no “mundo da lua”. O resultado mais comum é o abalo da autoconfiança e da autoestima, ingredientes essenciais na rotina de qualquer pessoa. Não é à toa, o TDAH afeta 6% das crianças e, no caso dos jovens, apenas 69% dos que sofrem com o mal concluem os estudos.
Quando alguém percebe sofrer dos sintomas do TDAH o primeiro passo é procurar assistência médica com um profissional qualificado, como psicólogo e psiquiatra. Porém, segundo Fernando Elias José, existem alguns exercícios que o paciente pode realizar para aliviar e aprender a conviver com o transtorno. Confira as dicas:
1 – É importante que o paciente se conheça e perceba onde ele “perde” mais tempo;
2 – Para auxiliá-lo no dia a dia, faça paradas estratégicas para poder ter um maior rendimento nos estudos, trabalho e outras atividades;
3 – Produza bilhetes para lembrá-lo do que é necessário estudar e das tarefas a realizar;
4 – Evite todo e qualquer estímulo externo que possa tirar sua concentração, como, por exemplo, celulares, redes sociais, tarefas domésticas, etc;
5 – Aceitar que irá levar um pouco mais de tempo para cumprir suas tarefas é fundamental nesse processo.