Terça-feira, 28 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2016
O BC (Banco Central) reduziu a projeção de inflação para 2017, passando a vê-la no centro da meta de 4,5% pelo cenário de referência, apesar de ter piorado sua perspectiva de alta dos preços para 2016, mostrou a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta quinta-feira (16). Pelo documento, repetiu que não há espaço para redução da taxa básica de juros e que há incertezas no campo fiscal.
Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25% ao ano, mesmo patamar desde julho de 2015, na última reunião com Alexandre Tombini à frente do BC. O atual presidente, Ilan Goldfajn, assumiu o posto na quinta-feira (09) e, por isso, a ata ainda não reflete as orientações de sua gestão. É a sétima reunião seguida em que a taxa permanece no mesmo nível. A Selic chegou aos 14,25% em julho de 2015, e foi mantida nas reuniões seguintes.
A Selic influencia todos os juros do País, mas é só uma referência: as taxas cobradas dos consumidores são muito mais altas. Em abril, os juros do cartão de crédito chegaram a 449%. Economistas dizem que a poupança está ruim como investimento, e o melhor são outras opções de renda fixa.
Juros x inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
A inflação tem desacelerado nos últimos meses, mas ainda continua bem acima do limite máximo: chegou a 9,34% em 12 meses, segundo os dados mais recentes, da prévia da inflação (IPCA-15) em abril. Porém, os juros também estão altos e o país está em recessão. Se o BC subir ainda mais os juros, corre o risco de fazer a economia encolher ainda mais. (Reuters)