Quarta-feira, 02 de julho de 2025

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Ali Klemt Beijos de luz para os “odiadores” de plantão

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A empresa Meta, dona do WhatsApp, explica que houve um problema de "spoofing". (Foto: Unsplash)

Vou começar a coluna de hoje com um desabafo. Por dois motivos: em parte, porque pode servir a algum leitor; em parte, porque é bom desabafar mesmo. Passei por uma situação um tanto incômoda essa semana: uma manifestação feita em minha rede social acabou sendo alvo de grupos organizados de “haters”. Em tradução literal, a palavra seria algo como “odiadores”, mas a minha tradução própria de “hater” é “pessoa infeliz ou que carrega alguma dor no seu íntimo e expressa sua insatisfação com a vida e com si próprio por meio de ofensas e violência verbal contra terceiro que pode ou não ter relação com a sua vida, mas acabou aparecendo em seu espaço virtual com uma opinião ou comportamento com o qual ele não concorda e, por isso, merece ser sua vítima de violência verbal”. Alôooo, Michaelis, é ou não é a definição perfeita?
Eu sempre digo que quem fala o que quer, ouve o que não quer e, por trabalhar na televisão e nas redes sociais, expor a minha opinião faz parte do meu trabalho. Ou seja, faz parte, também, saber que não sou a dona da verdade e estar pronta para o contraditório. E está tudo bem.
O que não está bem é ser alvo de ataques cruéis, receber mensagens violentas e ameaçadoras, ser xingada, difamada e humilhada por pessoas que sequer te conhecem. Algo de muito errado, definitivamente, não está certo… E o pior: não é fácil.

Eu já sou “macaca véia”, como dizem por aí. Compreendo que não é nada pessoal e que cada manifestação diz mais sobre quem a proferiu do que sobre mim. Mas há algo de tão desumano e assustador no fato de que as pessoas se sentem protegidas pelo suposto anonimato das redes para botarem para fora o que há de pior dentro de si… porque aquela raiva toda existe em algum lugar dentro dessas pessoas, pronta para ser desferida. E se é apenas violência verbal, muitas vezes se pensa que não há um mal efetivo como consequência. Ocorre que há, dano, sim.

Você já imaginou um adolescente, no auge da insegurança da vida, sendo alvo de uma enxurrada de comentários raivosos? Em casos extremos, uma situação assim pode, até mesmo, levar ao ato extremo de tirar a própria vida. E, sim, eu sei, é duro falar sobre isso. Mas PRECISAMOS falar seriamente sobre educação digital – não no sentido técnico, porque nossas crianças já nos dão um “baile”, mas no aspecto comportamental. Precisamos disseminar a cultura da civilidade e da empatia, a noção de que você não deve digitar para outra pessoa algo que não falar se estivesse “olho no olho”. Temos que esclarecer que há um ser humano por trás de cada post, e que essa pessoa tem família, tem sentimentos e, principalmente, pode apenas pensar diferente de você.

Necessitamos, urgentemente, fazer com que se compreenda que você não precisa convencer todos os outros seres do planeta a pensar de acordo com as suas ideias e opiniões pessoais. E pronto. E, em paralelo, também teremos que aprender a nos blindar emocionalmente e perceber que não, nós não somos unanimidade e jamais seremos, e que as opiniões que recaem sobre nós não podem ter qualquer – nenhum, nenhumzinho – impacto sobre as nossas vidas.

Mas, né, “o que não nos mata nos fortalece”. Você já ouviu essa frase, né? Eu acredito completamente nisso, embora a ache um tanto trágica. De qualquer forma, ser posta no meio da arena dos desalmados virtuais para levar tomate podre na cabeça, definitivamente, mexe com o seu interior, e eu saio dessa situação mais forte, mais serena e mais convicta. E, claro, com algumas conclusões para dividir com vocês:

– Tenha como objetivo disseminar o amor, em qualquer ato, gesto ou palavra da sua vida. Seja bom. E, ao tratar com qualquer ser – humano ou não – definitivamente, seja sempre respeitoso e gentil. SEMPRE.

– Eu sempre digo que você não precisa ter opinião sobre tudo. Mas, se você a tiver, se estiver convicto, jamais deixe de se expressar. Não se abata, não se apequene, não tenha vergonha de ser você mesmo e de expressar o que sente. Siga firme nas suas convicções.

– Ainda assim, você jamais será unanimidade. Portanto, filtre (ou bloqueie mesmo) as informações e opiniões que não lhe importam. Você só precisa que um pequeno círculo de pessoas te ame. Até porque, lembre-se, se você é bom e gentil, então não fez nada de errado. Logo, não há com o que se preocupar.

– Por fim, não esqueça do mais importante: a paz verdadeira está dentro de você. Deixa o mundo desabar lá fora. Aqui dentro é que importa. Seja íntegro e fiel às suas verdades, respira fundo e “give peace a chance”. Mas para você mesmo, porque esse circo pode até não ter hora pra acabar, mas é você quem decide o momento de deixar para lá e ir embora. E ainda mandando beijos de luz, é claro.

Ali Klemt

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O rastro incontornável
Ultrapassagem permitida
https://www.osul.com.br/beijos-de-luz-para-os-odiadores-de-plantao/ Beijos de luz para os “odiadores” de plantão 2022-12-04
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