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Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2018
Cativar, envolver e fidelizar os 116,1 milhões de usuários da internet no Brasil (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é um objetivo desejado por diversas marcas. Não é de hoje que as plataformas digitais mexem com a maneira como as empresas têm se posicionado perante o mercado, e se comunicar com transparência sobre os valores em que acredita se faz necessário para quem deseja conquistar embaixadores espontâneos para suas respectivas marcas. Pensando neste cenário, nunca foi tão oportuno falar sobre “Brand Awareness”.
Traduzindo, essa “consciência de marca” auxilia no entendimento de como uma determinada marca é reconhecida. Permite que uma empresa saiba como seus produtos estão sendo associados a ela. Para aqueles que anseiam em ampliar mercado, ganhar visibilidade e construir uma reputação perante uma audiência qualificada, o “Brand Awareness” é um parceiro que fornece dados certeiros, possibilitando a conquista de notoriedade e uma lembrança positiva.
A pesquisa Google Marketing Next, divulgada em 2017, identificou que 50% dos usuários de internet estão conectados em três ou mais dispositivos diferentes. Esse dado confirma quanto potencial o digital oferece. De acordo com Tainah Medeiros, Gerente de Mídias Sociais da Uzumaki Comunicação, embora a internet apresente uma gama de oportunidades, é preciso agir com prudência, pois tem sido comum empresas quererem encabeçar alguma causa, mesmo que ela não faça parte de fato da sua política.
“Isso pode, a priori, criar uma simpatia do público com a marca, mas não necessariamente gerar um “share of mind” – que é um dos pontos mais importantes para uma marca – por falta de credibilidade/consistência. Para dar certo, é necessário estudo de informações, planejamento, estratégia e ações genuinamente verdadeiras e alinhadas ao propósito. O público sabe quando é algo verdadeiro”, destacou Tainah.
Hoje, é possível ter uma coleta de dados detalhada que mostra de onde são os usuários, gênero, faixa etária, perfil comportamental, os sites que visitam, menções e participação em redes sociais. Assim, empresas conseguem saber quem são, o que pensam e o que buscam. Essa disponibilidade de informações contribui para a construção de uma comunicação mais assertiva e direta com o público que se deseja alcançar, mas simplesmente saber o que o público quer não é mais suficiente.
Hoje, os consumidores estão mais criteriosos, especialmente com os valores intrínsecos no discurso e nos produtos das empresas. Por isso, há uma diferença muito grande entre a imagem refletida, a desejada e a real. Medeiros esclarece que nem toda causa deve ser encabeçada pelas marcas.
“Elas têm que compreender o público com que desejam conversar, mas também compreender a si mesmas. O que eu consigo, de fato, endossar? O que eu vendo para o meu público é verdadeiro? De que meu público-alvo precisa? O que me faz ser diferente dos meus concorrentes? Algumas dessas respostas conseguimos por meio de monitoramento. Outras exigem uma postura de base da empresa. Acompanhar diariamente a saúde da marca é essencial para mensurar o brand awareness”, explicou.
Ela destaca ainda que as empresas devem buscar causas sobre as quais tenham respaldo para falar. A partir do trabalho de monitoramento e tendo o retorno do público consegue-se encontrar pontos mais sensíveis e oportunidades para novas ideias.
Um bom exemplo foi a criação, no YouTube do Portal Drauzio Varella, do quadro Cabine, espaço dedicado para que representantes de um discurso alinhado com as opiniões do Drauzio pudessem se manifestar. Um dos grandes diferenciais desse formato é que a abordagem vai muito além da saúde. Nele, em tom de provocação, fala-se de questões sociais a partir do ponto de vista de quem vivencia essas experiências.
“Esse quadro surgiu a partir da interação das pessoas no Portal Drauzio Varella e percebemos que poderíamos fazer algo significativo, pois o dr. Drauzio acredita e endossa o apoio às questões abordadas ali. Para desenvolver projetos reais e com representatividade de fato é necessário não tirar voz dos verdadeiros protagonistas, mas sim, dar força para que apareçam. Seja por texto, imagem ou vídeo. Quando estamos com algum trabalho em andamento, abrimos a criação com a equipe para escutar as percepções de diversos pontos de vista e, inclusive, levantar nossas fragilidades”, finalizou Tainah.