Quinta-feira, 24 de julho de 2025

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Brasil Brasil leva taxas de Trump a reunião da Organização Mundial do Comércio: “Tarifas arbitrárias e implementadas de forma caótica”, afirma embaixador

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Governo americano suspendeu os vistos de sete magistrados do Supremo.

Foto: Divulgação/OMC
Governo americano suspendeu os vistos de sete magistrados do Supremo. (Foto: Divulgação/OMC)

Com o apoio de cerca de 40 associados, como União Europeia, China, Rússia, Índia, Canadá e Austrália, o Brasil criticou, em reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), nesta quarta-feira (23), as medidas unilaterais impostas pelos Estados Unidos aos parceiros internacionais.

Sem citar nominalmente o país, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough, afirmou tarifas estão sendo usadas para interferir em assuntos internos de outros países, em uma referência velada aos ataques do presidente Donald Trump ao Judiciário brasileiro.

“O mundo está testemunhando uma mudança extremamente perigosa em direção ao uso de tarifas como ferramenta em tentativas de interferir nos assuntos internos de terceiros países. Como uma democracia estável, o Brasil tem firmemente enraizados em nossa sociedade princípios como o Estado de Direito, a separação de poderes, o respeito às normas internacionais e a crença na solução pacífica de controvérsias”, disse o embaixador.

Trump tem declarado que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo perseguido pelo Judiciário nacional. Ele anunciou que, a partir de 1º de agosto, será aplicada uma sobretaxa de 50% a todos os produtos brasileiros e determinou a suspensão dos vistos de entrada nos EUA e sete magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Em seu discurso, Gough enfatizou que o mundo assiste a um ataque sem precedentes ao sistema multilateral de comércio e à credibilidade da OMC. Afirmou que as tarifas são arbitrárias e violam as normas internacionais.

“Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão interrompendo as cadeias de valor globais e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação. Tais medidas unilaterais constituem uma violação flagrante dos princípios fundamentais que sustentam a OMC e que são essenciais para o funcionamento do comércio internacional”, disse.

O diplomata disse que o Brasil continuará a priorizar a busca por soluções negociadas, baseando-se “em boas relações diplomáticas e comerciais”. Ele reafirmou a posição do governo brasileiro de recorrer à OMC contra o tarifaço.

“Negociações baseadas em jogo de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra. Diante da ameaça de fragmentação, a defesa consistente do multilateralismo é o caminho a seguir”, afirmou.

De acordo com interlocutores do governo brasileiro, o discurso proferido na OMC não deve inviabilizar as conversas de bastidores que têm ocorrido entre representantes do Brasil e dos EUA. Havia dois objetivos a serem alcançados em Genebra, na Suíça, sede do organismo: colocar o tema em pauta e defender uma reforma no sistema multilateral de comércio.

Em nota, o Itamaraty destacou que o Brasil, em sua intervenção, reiterou a necessidade de defesa contínua do sistema multilateral de comércio e condenou o recurso a tarifas arbitrárias que violam os princípios fundamentais da OMC e ameaçam a economia mundial. A delegação brasileira registrou “profunda preocupação” com o uso de medidas comerciais unilaterais como instrumento de interferência nos assuntos internos de outros países.

“Especialmente diante de contexto de profunda instabilidade no comércio global, o Brasil defendeu que os países redobrem seus esforços em prol de uma reforma estrutural do sistema multilateral de comércio e da plena recuperação do papel da OMC como foro de resolução de disputas e de defesa de interesses legítimos de seus membros por meio do diálogo e da negociação”, diz a nota.

(Com informações do jornal O Globo)

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