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Celebridades Brasileiras entram na polêmica sobre assédio em Hollywood

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"Espero que essa moda de denúncia não chegue ao Brasil", disse Danuza Leão. (Foto: Reprodução)

Em uma iniciativa que busca evidenciar as diferentes visões entre o feminismo nos EUA e na Europa, um grupo de 100 artistas e intelectuais francesas — entre elas, a atriz Catherine Deneuve, de 74 anos — publicou um artigo na última terça-feira no jornal francês “Le Monde” em que criticam excesso de puritanismo na onda de denúncias desencadeada em Hollywood no ano passado.

Um dia depois da repercussão global do discurso da apresentadora americana Oprah Winfrey na premiação do Globo de Ouro — cujas convidadas aderiram a figurinos pretos em protesto contra o assédio —, o artigo bate de frente com a campanha que estimula a quebra do silêncio das mulheres que se viram abusadas e assediadas, promovida por centenas de celebridades americanas.

A carta aberta das francesas tem como objetivo claro defender a liberdade dos homens “de importunar”. Elas dizem não se identificar com o feminismo “que encarna ódio aos homens e à sexualidade”. Um trecho diz: “O estupro é um crime. Mas a paquera insistente ou desajeitada não é delito, nem é o galanteio uma agressão machista.”

A escritora e colunista Danuza Leão, as antropólogas Mirian Goldenberg e Sonia Corrêa e a socióloga Marlise Matos reagem ao artigo das francesas.

Danuza Leão

“O que não está claro para mim é o conceito de assédio. É uma paquera? Avanços sexuais entre homens e mulheres começam sempre de um lado. Às vezes, o outro lado não quer, e isso é normal. Como definir? Espero que essa moda de denúncia contra assédio sexual não chegue ao Brasil. O que aconteceu no Globo de Ouro me pareceu um grande funeral. Apesar dos vestidos lindíssimos, acho que aquelas mulheres (que foram à cerimônia de preto) foram muito pouco paqueradas e voltaram sozinhas para casa.”

Mirian Goldenberg

“As autoras do artigo acreditam que os homens devem ter liberdade para importunar, tocar o joelho, roubar um beijo, e que isso faz parte da liberdade sexual. Eu pergunto: liberdade sexual de quem? Lutar pelo fim do silêncio feminino não tem nada a ver com ter ódio dos homens ou ser contra a liberdade sexual. O “MeToo” e o “Time’s Up” estão, corajosamente, rompendo com a conspiração do silêncio que cercava o abuso de poder e a violência sexual contra as mulheres.”

Sonia Corrêa

“A campanha internacional #MeToo é muito relevante porque lida com diferentes áreas de poder. Mas o que preocupa é que vive-se, em todo o mundo, um grave momento de retorno ao moralismo sexual. E é muito perigoso que o debate sobre assédio passe a alimentar essas vertentes moralistas e repressivas, que focam na contenção da sexualidade. Assim, o movimento feminista acaba “colocando água no moinho” de setores moralmente conservadores. É isso que queremos?”

Marlise Matos

“A sociedade que vivemos é estruturalmente patriarcal, marcada pelo domínio dos homens sobre as mulheres. Estamos falando de violência sexual e é necessário que isso saia da invisibilidade e venha para o espaço público, para que as pessoas reconheçam que essa relação de dominação está sendo vivida, inclusive, entre pessoas altamente escolarizadas.”

 

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https://www.osul.com.br/brasileiras-entram-na-polemica-sobre-assedio-em-hollywood/ Brasileiras entram na polêmica sobre assédio em Hollywood 2018-01-10
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