Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2022
O café do brasileiro está custando os olhos da cara.
Nos 12 meses até janeiro, o café moído já subiu 56,87%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior alta para o período entre os produtos pesquisados pelo instituto. Só em janeiro, a alta foi de 4,75%.
Prejuízo para os consumidores e para os bares e restaurantes, que estão, em muitos casos, repassando só parte dessa alta. Também nos 12 meses até janeiro, o cafezinho subiu bem menos: 6,67%.
E o café não foi o único item cujo preço disparou. Sete produtos subiram mais de 40% na mesma comparação, entre eles os três principais combustíveis: o etanol (54,95%), o óleo diesel (45,72%) e a gasolina (42,71%).
Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do País, ficou 0,54% em janeiro, após ter registrado taxa de 0,73% em dezembro, segundo os dados do IBGE.
Apesar de ter desacelerado pelo 3º mês seguido frente ao mês anterior, “foi o maior resultado para o mês de janeiro desde 2016 (1,27%)”, destacou o IBGE.
O índice de janeiro foi impactado principalmente pela alta dos preços de alimentos (1,11%) e pelo recuo nos transportes, com destaque para a queda nos preços da gasolina (-1,14%), do etanol (-2,84%) e das passagens aéreas (-18,35%).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 10,38%, acima dos 10,06% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Apesar da aceleração, a taxa acumulada segue abaixo da registrada nos meses de outubro e novembro.
A taxa de janeiro de 2022 ficou levemente abaixo da mediana das projeções de 42 instituições financeiras e consultorias de uma expansão de 0,56%.
Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados:
— Alimentação e bebidas: 1,11%
— Habitação: 0,16%
— Artigos de residência: 1,82%
— Vestuário: 1,07%
— Transportes: -0,11%
— Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
— Despesas pessoais: 0,78%
— Educação: 0,25%
— Comunicação: 1,05%
— Transportes, que possui o maior peso do IPCA, foi o único dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE a ter queda em janeiro.
Outras variações
A maior variação mensal veio de artigos de residência (1,82%), com destaque para eletrodomésticos e equipamentos (2,86%), mobiliário (2,41%) e TV, som e informática (1,38%).
A maior pressão, porém, veio dos aumentos dos preços do grupo alimentação e bebidas (1,11%), que teve o maior impacto no índice do mês (0,23 ponto percentual).
“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.