Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de janeiro de 2018
Entre as milhares de pré-inscrições do M5S (Movimento Cinco Estrelas), principal partido de oposição na Itália, para concorrer a um cargo público nas eleições de março deste ano, um nome chamou a atenção: o do comandante Gregorio De Falco. O militar ficou mundialmente conhecido na tragédia com o navio de cruzeiro Costa Concordia, em janeiro de 2012, que matou 32 pessoas, quando gritou com o então comandante da embarcação, Francesco Schettino, para retornar ao navio.
Sua frase “Vada a bordo, cazzo!” (“Volte a bordo, car****!”), virou slogan para uma série de produtos e elevou De Falco a categoria de “herói nacional”.
O mais provável é que ele dispute um posto para o Senado, por conta do regulamento do M5S que não permite que novos filiados com mais de 40 anos se candidatem à Câmara dos Deputados, na lista de Livorno.
“Houve uma grandíssima participação e eu estou muito feliz. Milhares e milhares de cidadãos que decidiram se candidatar conosco. Nomes conhecidos, como o comandante De Falco, mas também personagens do jornalismo e das universidades”, disse o chefe político do M5S, Luigi Di Maio.
O Movimento abriu as inscrições para que pessoas de todo o país se inscrevessem para concorrer a um cargo de deputado ou senador das próximas eleições de 4 de março, em prazo que se encerrou nesta quarta-feira, e fará uma espécie de “primárias” para escolher quem de fato disputará a eleição.
O naufrágio
Eram 21h45min do dia 13 de janeiro de 2012, uma sexta-feira, quando o navio de cruzeiro Costa Concordia colidiu com as rochas de Le Scole na frente da ilha de Giglio, na região italiana da Toscana, e inclinou, provocando o maior desastre náutico da história recente do país.
O fortíssimo impacto criou uma abertura de 70 metros na parte esquerda do casco do transatlântico. À bordo do Concordia, que ia de Civitavecchia, perto de Roma, para Savona, na Ligúria, estavam 4.229 pessoas, 3.216 passageiros e 1.013 funcionários da embarcação. Delas, 32 morreram e outras 157 ficaram feridas.
O trágico episódio aconteceu devido à rota escolhida pelo comandante do navio, Francesco Schettino, que decidiu “navegar segundo o seu instinto marinho, mais próximo da ilha, confiando na sua habilidade”, disseram os juízes do caso.
Pelo desastre, Schettino foi condenado a 16 anos e um mês de prisão, a uma interdição perpétua dos escritórios públicos e uma outra de cinco anos como comandante de toda e qualquer embarcação.
Outras cinco pessoas que trabalhavam no transatlântico, e que se declararam parcialmente culpadas das acusações, também foram condenadas, mas receberam penas entre um ano e seis meses e dois anos e 10 meses.