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Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2021
Menem atualmente era senador. (Foto: Reprodução/Twitter)
Foto: Reprodução/TwitterO ex-presidente da Argentina Carlos Menem, atual senador pela província de La Rioja, morreu neste domingo (14), aos 90 anos, em uma clínica de Buenos Aires. Menem foi o governante que mais tempo comandou a Argentina, de 1989 a 1999, com um programa neoliberal.
Menem havia sido hospitalizado várias vezes nos últimos meses, e em 29 de dezembro não conseguiu participar da votação no Senado sobre a lei do aborto na Argentina por estar internado.
Uma forte pneumonia diagnosticada em 13 de junho, que piorou devido a seus problemas de diabetes, afetou seriamente sua saúde recentemente.
Internado inicialmente Instituto Argentino de Diagnóstico, foi transferido para o Sanatório Los Arcos, em Palermo, para um check-up de próstata, onde foi diagnosticada com uma infecção urinária que piorou problemas cardíacos existentes. Na véspera de Natal, Menem foi induzido ao coma após insuficiência renal. Chegou a ser despertado e sentir-se melhor, mas acabou falecendo nesta mesma clínica.
Natural da província de La Rioja, Menem foi responsável por estabelecer a taxa de câmbio de um peso igual a um dólar, o que mais tarde culminou na pior crise do país em 2001. Ele teve três filhos em dois casamentos, o primeiro com Zulema Yoma e o segundo com a ex-miss Universo Cecilia Bolocco.
Chegou a ser investigado em vários casos por corrupção, mas não foi condenado à prisão, exceto por uma prisão domiciliar preventiva em 2001, em julgamento por contrabando de armas para a Croácia e Equador. Na ocasião foi libertado semanas depois e absolvido por excesso de prazo em um caso que levou 25 anos.
Menem também foi absolvido de uma acusação de encobrir autores de um atentado contra o centro judaico AMIA, em Buenos Aires, em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos. A Justiça condenou pelo caso o ex-chefe de Inteligência do ex-presidente e um ex-juiz, entre outros ex-funcionários e cúmplices.
Em 2019 o ex-presidente foi condenado a três anos e nove meses de prisão por fraude na venda de um imóvel nos anos 1990. A Suprema Corte considerou que o ex-presidente desviou recursos públicos na transação comercial. Porém, para que pudesse ser preso, ele deveria ser condenado também pelo Senado, o que não aconteceu.