Quarta-feira, 16 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo China usa estrangeiros para ficar bem no vídeo, com estratégia oficial para melhorar a imagem do país diante do mundo

Compartilhe esta notícia:

Milhões de pessoas assistiram aos vídeos de Lee e Oli Barrett no YouTube da China. (Foto: Reprodução)

Milhões de pessoas assistiram aos vídeos de Lee e Oli Barrett no YouTube da China. O pai e o filho visitam hotéis em locais exóticos, fazem um tour por aldeias remotas, provam iguarias em mercados movimentados e experimentam limpar os ouvidos do modo tradicional.

“Estamos hoje nos arredores de Xangai, no hotel mais incrível em que já nos hospedamos”, diz Oli em um vídeo, pouco antes de o drone que os filma revelar um complexo de luxo dentro de uma enorme pedreira.

Os Barretts fazem parte de uma safra de novas personalidades da mídia social que pintam retratos alegres da vida como estrangeiros na China – e também contra-atacam as críticas ao governo autoritário de Pequim, à sua política a respeito de minorias étnicas e ao combate ao coronavírus.

Os vídeos têm um toque casual e caseiro. Mas, do outro lado da câmera, muitas vezes está um grande aparato de organizadores do governo, mídia de notícias controlada pelo Estado e outros amplificadores oficiais – tudo parte das amplas tentativas do governo chinês de espalhar mensagens pró-Pequim em todo o planeta.

Segundo documentos do governo e os próprios criadores, veículos de notícias estatais e governos locais organizaram e financiaram viagens de influenciadores pró-Pequim. Eles pagaram ou se ofereceram para pagar pelo serviço dos criadores, e geraram para estes um tráfego lucrativo, compartilhando seus vídeos com milhões de pessoas nas redes sociais.

Com o apoio da mídia oficial, os criadores podem visitar e filmar em partes da China onde as autoridades proíbem o trabalho de jornalistas estrangeiros.

A maioria dos youtubers mora na China há anos e afirma que seu objetivo é contrariar as percepções cada vez mais negativas do Ocidente sobre o país. Eles dizem que quem decide o que vão mostrar em seus vídeos são eles mesmos, não o Partido Comunista.

Mas mesmo que os criadores não se vejam como ferramentas de propaganda, Pequim está usando-os dessa forma. Diplomatas e representantes chineses mostram seus vídeos em entrevistas coletivas e promovem suas criações nas redes sociais. Juntos, seis dos influenciadores mais populares obtiveram mais de 130 milhões de visualizações no YouTube e mais de 1,1 milhão de assinantes.

Essas simpáticas vozes estrangeiras fazem parte dos esforços ambiciosos de Pequim para moldar o debate mundial sobre a China. O Partido Comunista convocou diplomatas e agências de notícias estatais para divulgar suas narrativas e abafar as críticas.

Essas simpáticas vozes estrangeiras fazem parte dos esforços cada vez mais ambiciosos de Pequim para moldar o debate mundial sobre a China. O Partido Comunista convocou diplomatas e agências de notícias estatais para divulgar suas narrativas e abafar as críticas.

Na verdade, Pequim está usando plataformas como Twitter e YouTube, que o governo bloqueia dentro da China para evitar a disseminação descontrolada de informações, como megafones de propaganda para o mundo em geral.

“A China é o novo superusuário que chegou às redes sociais globais”, disse Eric Liu, ex-moderador de conteúdo da mídia social chinesa. “O objetivo não é vencer, mas causar caos e suspeita até que não haja uma verdade real.”

Raz Gal-Or começou a fazer vídeos engraçados quando era um estudante universitário em Pequim. Agora, o jovem israelense leva a seus milhões de assinantes entrevistas com pessoas comuns e outros expatriados sobre sua vida na China. Em um vídeo deste ano, Gal-Or visita campos de algodão em Xinjiang para conter as acusações de trabalho forçado.

“É totalmente normal aqui”, declara ele depois de saborear kebabs com alguns trabalhadores. “As pessoas são legais, fazem seu trabalho, vivem suas vidas.”

Seus vídeos não mencionam documentos internos do governo ou depoimentos em primeira mão e visitas de jornalistas que indicam que as autoridades mantiveram centenas de milhares de muçulmanos de Xinjiang em campos de reeducação.

Os vídeos do israelense também omitem os laços comerciais dele e de sua família com o Estado chinês. O presidente da empresa de vídeo de Gal-Or, YChina, é seu pai, Amir, um investidor cujo fundo é apoiado pelo Banco de Desenvolvimento da China, administrado pelo governo, diz o site do fundo.

Em e-mails para o New York Times, Raz Gal-Or diz que YChina não tinha “contratos comerciais” com agências de notícias estatais. Ele afirma que nenhuma entidade oficial o pagou ou orientou em Xinjiang.

Raz Gal-Or diz que sua série de vídeos em Xinjiang é sobre “a vida das pessoas, o bem-estar e os sonhos”. “Quem o vê como político tem sua própria agenda”, acrescentou. As informações são do jornal The New York Times.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Donald Trump diz ter tomado dose de reforço da vacina contra a covid. Apenas 60% dos republicanos estão vacinados, enquanto 91% dos democratas já foram imunizados
Portugal fecha bares e restaurantes para frear a variante ômicron
https://www.osul.com.br/china-usa-estrangeiros-para-ficar-bem-no-video-com-estrategia-oficial-para-melhorar-a-imagem-do-pais-diante-do-mundo/ China usa estrangeiros para ficar bem no vídeo, com estratégia oficial para melhorar a imagem do país diante do mundo 2021-12-21
Deixe seu comentário
Pode te interessar