Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2020
Trata-se de um código permanente de saúde, com pontuação de 0 a 100 e cores que variam do vermelho ao verde, como em um sinal de trânsito
Foto: ReproduçãoA prefeitura de Hangzhou, cidade no leste da China, vai sofisticar um aplicativo para smartphone que permitiu, durante a pandemia do novo coronavírus, rastrear os passos dos 10 milhões de cidadãos e saber com quem tiveram contato para evitar a disseminação da doença. A nova versão vai além disso e estende-se à vida cotidiana, estabelecendo um ranking de pessoas menos e mais saudáveis.
Trata-se de um código permanente de saúde, com pontuação de 0 a 100 e cores que variam do vermelho ao verde, como em um sinal de trânsito. Monitora se a pessoa consumiu cigarros ou bebidas alcoólicas. Sem esclarecer como coletará os dados, o sistema supervisiona quantas horas o usuário dormiu, se fez exercício físico e a frequência com que faz check-up.
O anúncio da Comissão Municipal de Saúde de Hangzhou, cidade que sedia o gigante chinês de comércio eletrônico Alibaba, rapidamente levantou os temores de sempre: o controle do governo chinês sobre os cidadãos por meio de invasão e violação de privacidade. Até que ponto, de posse dessas informações sobre a saúde e os hábitos dos cidadãos, o governo vai punir quem tem comportamento social considerado inadequado?
A reação a mais essa forma de vigilância foi raivosa em sites como Weibo e Zhihu. “Os adultos têm o direito de escolher seu próprio estilo de vida, em vez de serem ensinados como crianças, se isso é certo ou errado”, protestou um usuário que se identificou como Zhailong.
“São meios ilegais. Os dados dos registros médicos e exames são privados. O Estado controla essa parte dos dados com muito rigor”, opinou o doutorando Jia Yun, no Zhihu.