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Política Cientista político aponta que a esquerda precisa formar novas lideranças para 2026

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"Em todos os lugares onde houve embate entre direita contra direita radical, as mulheres fizeram a diferença no final", diz Felipe Nunes. (Foto: Daniela Tovianski/Divulgação)

Diretor da Quaest e um dos autores de “Biografia do abismo’” Felipe Nunes avalia que a eleição de 2026 será impactada por sucessão na Câmara, aposta em João Campos como nova liderança de esquerda e aponta divisão na direita.

Depois da maior taxa de reeleição da história na eleição que terminou no domingo (27), podemos projetar mais uma vez esse cenário de baixa renovação política para a disputa de 2026?

Sim, especialmente quando falamos da próxima eleição para a Câmara dos Deputados. Tivemos três disputas municipais seguidas com enredos distintos. A de 2016 foi a eleição da nova política; a de 2020, a da pandemia do coronavírus; e a de 2024, a da força das emendas. Com esses recursos e mais o fundo eleitoral recorde, 16 prefeitos foram reeleitos e, daqui a dois anos, eles serão cabos eleitorais dos deputados federais que irão às urnas. Se esse mecanismo das emendas se mantiver, teremos alto padrão de reeleição parlamentar e baixa renovação em 2026.

Quais as consequências das vitórias no primeiro e segundo turno dos partidos do Centrão na maioria das cidades brasileiras?

A primeira consequência é a de provocar mais fusões e federações de partidos para sobreviver à cláusula de barreira em 2026, o que era justamente a intenção da reforma eleitoral feita no fim da década passada.

Mas acha possível esses partidos se assanharem para um voo presidencial?

Aí existe a força do voto de opinião, esse sim muito mobilizado pela polarização ainda. E nesse sentido PT e PL continuam muito fortes. A tendência é que sigam focando na eleição para deputados, até porque estamos praticamente vivendo um semipresidencialismo. O poder político e econômico do País foi transferido para o Congresso, o presidente da Câmara atualmente tem um tamanho enorme.

O presidente ficou ausente da corrida eleitoral assim como vem dizendo que não vai se meter na disputa pela presidência da Câmara. Ele acerta ao adotar essa estratégia?

Lula tentou participar apenas indiretamente da eleição. Ele sabe que a história mostra que eleição municipal não projeta absolutamente nada da presidencial. Nos anos 90 e início dos anos 2000, MDB e PFL foram majoritários em prefeituras e não venciam eleições presidenciais. Lula não precisava ganhar ou perder este ano para ser forte em 2026. Na disputa da Câmara dos Deputados, creio que o jogo é diferente.

O PT até conquistou um leve crescimento em números de prefeituras no Brasil, mas o desempenho da esquerda ficou aquém do esperado. Quais as lições dadas pelas urnas desta vez?

O desafio da esquerda é o de formar novas lideranças que compreendam realmente os problemas da sociedade brasileira. A população continua pobre, mas agora acredita mais em meritocracia e no próprio negócio. Além, disso, tem Deus e família como dois pilares. Também sugiro olhar mais para o eleitorado feminino. Essa divisão de comportamento entre homens e mulheres no campo eleitoral que vai precisar ser entendida e pode ser uma saída para a esquerda. Em todos os lugares onde houve embate entre direita contra direita radical, as mulheres fizeram a diferença no final.

Mas além da agenda, a esquerda não deveria investir em apresentar nomes mais carismáticos ao eleitor como os quadros jovens que a direita vem formando?

Sim, de fato o sistema eleitoral brasileiro valoriza muito o personalismo. Não se trata apenas de falar de agenda. É preciso ter gente que consiga comunicar e que apresente atributos pessoais. Destaco dois nomes de fora do PT na esquerda e centro-esquerda.

E de que lado Kassab estará em 2026?

É preciso aguardar. O governo Lula tem dois anos para garantir a sua base eleitoral e avançar sobre o centro. O Tarcísio tem dois anos para garantir o bolsonarismo e ampliar sua força no centro. Quem for mais efetivo, é que vai ter força para 2026.

Mas mesmo vitoriosa nas urnas,a direita, a partir do momento que se divide, não acaba beneficiando o Lula?

Sim, especialmente pela existência de Pablo Marçal, um grande personagem de 2024. Ele conseguiu exposição relevante, nacionalizou o próprio nome e passou a ser um problema que a direita moderada vai ter que resolver. Marçal dialoga muito bem com a juventude e os precarizados da sociedade. Ele tem altíssimo potencial para dinamitar o bloco da direita em 2026. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/cientista-politico-aponta-que-a-esquerda-precisa-formar-novas-liderancas-para-2026/ Cientista político aponta que a esquerda precisa formar novas lideranças para 2026 2024-10-28
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