Terça-feira, 24 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2019
Davi Alcolumbre (DEM-AP), que era um discreto senador em primeiro mandato, agora é o terceiro na linha sucessória da Presidência da República e comanda a pauta da Casa. Além disso, tem direito a carro e casa oficiais e jatos da Força Aérea Brasileira a sua disposição para deslocamentos a trabalho. E estas nem são as únicas vantagens de estar no cargo. Saiba mais sobre elas.
Número 3 na linha sucessória
O presidente do Senado é o terceiro nome na linha sucessória para o comando do País. Ele assume a Presidência da República caso o titular (hoje Jair Bolsonaro), seu vice (Hamilton Mourão, 1º na linha sucessória) e o presidente da Câmara (Rodrigo Maia, 2º) não possam assumir.
Comando da pauta legislativa
O presidente do Senado é também o presidente do Congresso Nacional – ou seja, é dele o comando da pauta legislativa do País. Isso quer dizer que ele pode decidir a ordem de prioridade das pautas. O presidente do Congresso ainda tem o controle da duração das sessões, podendo prorrogá-la ou não de acordo com sua escolha. Ele é ainda o responsável por encaminhar as conclusões das Comissões Parlamentares de Inquérito aos órgãos competentes.
Desempate e indicação de relatores
O presidente do Senado é quem vota por último para decidir o resultado de votações que estão empatadas, nas votações públicas. Ele ainda tem a prerrogativa de indicar parlamentares para a relatoria dos projetos debatidos no plenário da Casa.
Impugnações
Também é função do presidente do Senado impugnar proposições que, em seu julgamento, sejam contrárias à Constituição. O autor da proposição poderá entrar com recurso para o Plenário, que decidirá somente após audiência da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania).
Intervenções
O presidente do Senado faz parte do Conselho de Defesa Nacional e do Conselho da República, que decide sobre a necessidade de intervenções federais, ou para seja decretado estado de defesa ou de sítio.
Casa, carro, deslocamentos e segurança
O presidente do Senado tem direito a morar na residência oficial no Lago Sul, utilizar o carro oficial e fazer deslocamentos a trabalho em jatos da FAB. Ele também tem direito de andar escoltado por membros da Polícia Legislativa.
Alcolumbre já recebeu convidados na residência oficial
Horas após ser eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) recebeu convidados já na residência oficial e, por minutos, quase provocou a primeira saia justa da sua gestão. Convidados para a festa de comemoração da vitória do colega de partido, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passaram pelo local em horários diferentes, evitando um encontro – os dois são antigos desafetos. A eleição do senador foi atribuída à articulação do ministro. Já a de Maia, a despeito dela.
A festa de comemoração, que invadiu a madrugada de domingo, foi organizada às pressas por aliados. A residência oficial havia sido solicitada na véspera e um grupo de novos senadores se dividiu para que o evento acontecesse. Enquanto uns cuidaram da comida, outros trataram de garantir as bebidas: vinho, whisky e água.
Alcolumbre não bebe. No bufê, montado sobre um aparador da sala principal, foi servido arroz, carne com molho e salada. A comemoração coincidiu com o aniversário do pai do senador, que saiu do Amapá para ver a vitória do filho. Políticos locais também estavam presentes.
Nas rodinhas, o assunto que dominava era sobre estratégias que levaram o grupo de Renan Calheiros (MDB-AL) à derrota. Em uma delas, a abordagem de emedebistas aos novos senadores virou deboche. “Isso daqui não é a Câmara, aqui tem comando” era uma das frases atribuídas a aliados de Renan para intimidar novatos.
Sem música ambiente, a maioria das conversas se dava ao pé do ouvido. Alcolumbre era o mais procurado. Distribuía abraços e, a todo momento, era chamado para trás de uma pilastra na entrada da casa para tratar de assuntos particulares. A certa altura da festa, após algumas taças de vinho, um senador disse o considerar “muito chato”. Na mesma hora, um deputado atribuiu a fama à timidez do presidente do Senado, que riu.
À reportagem, Alcolumbre disse que não conseguia dormir direito havia cinco noites e que precisaria de ao menos um dia para descansar. Mesmo assim, prometia a aliados procurá-los no domingo para tratar da Mesa Diretora e dos comandos das comissões da Casa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.