Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de dezembro de 2022
Em 2021, segundo ano da pandemia de covid-19, as doenças infecciosas e parasitárias, categoria que inclui a infecção causada pelo novo coronavírus, foram a principal causa de óbito no país, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre 2010 e 2019, as doenças cardiovasculares eram a principal causa de morte no país. Os dados fazem parte do relatório “Síntese de Indicadores Sociais”, divulgado pelo instituto nesta sexta-feira (2).
De acordo com o novo documento do IBGE, em 2019, as doenças do aparelho circulatório corresponderam a 27% das mortes, as neoplasias a 17,4% e as doenças infecciosas e parasitárias apenas 4,2% do total. Já no primeiro ano da pandemia de Covid-19, em 2020, as doenças infecciosas e parasitárias saíram do último para o segundo grupo de causas de óbito mais importantes. Por sua vez, em 2021, as doenças infecciosas e parasitárias corresponderam a 26,6% das mortes. As doenças do aparelho circulatório apareceram em segundo lugar, com 20,6% e os tumores, em terceiro, com 12,8%.
Em 2020 e 2021, o Brasil confirmou 22,3 milhões de casos de covid, que resultaram em mais de 600 mil óbitos. Destes, 7,7 milhões de casos e aproximadamente 200 mil mortes ocorreram em 2020 e 14,6 milhões de casos e 420 mil mortes em 2021. Esses números contribuíram diretamente para o crescimento da taxa de mortalidade de forma geral no país, que estava estável desde 2010.
Entre os dois primeiros anos de pandemia, a taxa de mortalidade aumentou 46,1% no Brasil, passando de 5,8 para 8,5 para cada 1.000 habitantes. Também houve crescimento no total de óbitos. Entre 2010 e 2019, o crescimento médio anual do total de óbitos no país era de 1,1%. Já em 2020, essa taxa saltou para 15,3% e, em 2021, para 16,9%.
Entre as regiões do país, houve crescimento dos óbitos em 2020, em comparação com o ano anterior, nas cinco regiões, que variam de 7,6% no Sul e 27,2% no Norte . Já em 2021, Norte e Nordeste apresentaram desaceleração desse crescimento, enquanto Sul, Sudeste e Centro-Oeste, aceleração.
O IBGE credita esse último cenário a uma conjunção de fatores, incluindo aparecimento de novas variantes do coronavírus; o contexto social, econômico e político para o enfrentamento da pandemia; precária articulação nacional com governos regionais e locais nas ações de enfrentamento da doença; desigualdades regionais e locais na disponibilidade de recursos físicos e humanos para a saúde; e aos impactos positivos da vacinação.
Entre 2020 e 2021 também houve alteração nos grupos mais acometidos pela infecção. Enquanto no primeiro ano da pandemia os homens pretos e pardos foram os que mais morreram, em 2021, os homens brancos foram maioria.
Segundo Clician do Couto, analista do IBGE, essa mudança pode ter sido influenciada pelas políticas de enfrentamento da pandemia adotadas na Região Nordeste, onde há predominância de população preta e parda e menor adensamento nas áreas urbanas. As informações são do jornal O Globo.