Sábado, 15 de junho de 2024
Por Redação O Sul | 16 de junho de 2021
O ex-governador é réu em processo que apura corrupção e lavagem de dinheiro
Foto: Reprodução de TVA CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid ouve nesta quarta-feira (16) o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC), eleito em 2018 e cassado em abril deste ano.
Na mesma reunião, os senadores devem analisar a retirada de sigilo de documentos recebidos e também podem votar novas convocações e quebras de sigilos. Nesta terça-feira (15), o ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu a Witzel o direito de não comparecer à comissão, mas o ex-governador afirmou que participará da reunião desta quarta-feira.
Witzel também obteve, junto ao ministro do STF, a possibilidade de ficar em silêncio; de falar sem assumir o compromisso de dizer a verdade; e de ser acompanhado na comissão por um advogado.
O ex-governador é réu em processo que apura corrupção e lavagem de dinheiro. O caso tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Witzel foi denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Tris in Idem, desdobramento da Lava-Jato no Rio, que apontou corrupção na saúde do Estado.
A suspeita é de que o ex-juiz tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia da mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina. O ex-governador nega que tenha cometido irregularidades e diz ser alvo de perseguição política. Ele diz ter sido cassado porque combateu a corrupção no estado.
“Nada a perder”
Senadores de oposição têm grande expectativa em relação ao depoimento do ex-governador, considerado o mais esperado entre os de gestores estaduais que atuaram na pandemia.
Witzel era aliado de Jair Bolsonaro e de outros integrantes da família do presidente, ao lado de quem esteve nas eleições de 2018. Parlamentares oposicionistas avaliam que o ex-governador do Rio está com “sangue nos olhos”, “ódio no coração” e deve “partir para o ataque” contra o presidente da República.
“Witzel não tem nada a perder. Não é mais juiz, não é mais governador, sofreu impeachment, foi abandonado pelos Bolsonaro”, projetou um parlamentar da oposição.
Outro senador, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, cobrará de Witzel explicações acerca de declarações do ex-governador sobre perseguição. “Queremos saber quais são as perseguições e por que ocorreram”, afirmou Randolfe Rodrigues.
Desvios na Saúde do Rio
Na reunião desta quarta-feira, senadores aliados do governo devem explorar os escândalos de corrupção apurados pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro.
Segundo o MPF, pelo menos cinco organizações sociais contratadas pelo governo do estado para gerir unidades e serviços de saúde alimentaram o que foi adjetivado de “caixinha da propina” na gestão Witzel.
O Ministério Público Federal sustenta que essa “caixinha” desviou da Saúde R$ 50 milhões em seis meses, a fim de garantir contratos com o governo. O ex-governador seria um dos beneficiários do esquema. Ele nega.
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