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Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2021
Intermediários teriam negociado vacinas com o governo sem aval dos fabricantes
Foto: Agência SenadoA CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) da Covid retoma os trabalhos nesta semana, após o fim do recesso do Legislativo, com depoimentos de intermediários que negociaram vacinas com o governo sem o aval das fabricantes dos imunizantes.
O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse em entrevista neste domingo (1º) que estão previstos os seguintes depoimentos: Terça-feira – reverendo Amilton. Quarta-feira – coronel Marcelo Blanco. Quinta-feira – empresário Airton Cascavel.
Inicialmente, estava previsto o depoimento de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, para quarta-feira. Porém, ele viajou para a Índia em 25 de julho, tendo sido notificado pela secretaria da CPI somente no dia seguinte.
Segundo Aziz, a previsão é que ele seja ouvido na próxima semana, assim como outras pessoas ligadas à Precisa Medicamentos, empresa que negociou vacinas com o governo brasileiro sem aval dos fabricantes.
Reverendo Amilton
Primeiro depoente a ser ouvido nesta semana, o reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), teria negociado a venda da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
A Senah é uma organização evangélica fundada em 1999 pelo reverendo Amilton, com sede em Águas Claras (DF). Em seguida, a entidade passou a desenvolver o Fest Vida, um projeto de ação sociocultural no DF e em cidades de Goiás do Entorno do DF.
Conforme revelou o Jornal Nacional, e-mails mostram que o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, deu aval para que o reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses do imunizante com a empresa americana Davati.
O nome do reverendo foi citado pela primeira vez na CPI em 1º de julho, durante depoimento do Policial Militar Luiz Paulo Dominguetti – que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, empresa que, segundo ele, atuaria como intermediária na compra de vacinas. Ele teria ofertado 400 milhões de doses da AstraZeneca, sem aval da fabricante.