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Geral Cuidado! Partir um comprimido ao meio pode até provocar uma crise de hipertensão

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Ao cortar um comprimido ao meio, é provável que as duas partes não tenham a metade da dose. (Crédito: Reprodução)

É comum ver prescrições médicas indicando a ingestão de apenas meio comprido. Contudo, vários estudos já publicaram os riscos disso, incluindo não controlar a pressão. O assunto não é novo, porém esta prática, infelizmente, continua, e isso é grave.

O paciente, ao seguir as instruções na receita, acha que está bem medicado, mas, na verdade, não está. Ao cortar um comprimido ao meio, é provável que as duas partes não tenham a metade da dose, visto que um pouco é esmagado e perdido. Assim, tomando diariamente uma dose menor do que a indicada pelo médico, a pressão pode não estar controlada e pode até provocar uma crise de hipertensão.

A recomendação técnica adequada seria, usando como exemplo o Ácido Acetil Salicílico na dose de 50mg (miligramas), o médico frisar que o comprimido não deve ser partido, e ainda escrever uma observação para a farmácia, como: Prescrição para o paciente: “Ácido Acetil Salicílico 50mg – 1 dose ao dia. Não partir comprimidos”. Aviso para a farmácia: “Solicito ajuste de dose do Ácido Acetil Salicílico, de 100mg para 50mg, para o paciente….”

Isto tudo pode estar na mesma prescrição ou em folhas separadas, lembrando que o ajuste pode ser para qualquer dosagem. O farmacêutico irá avaliar a prescrição e fará contato com o médico em caso de dúvidas.

Informações mais técnicas.
O procedimento de partir comprimidos ao meio é muito comum entre usuários cujas necessidades de tratamento não são atendidas por medicamentos comerciais de dosagens padronizadas. Além de obter, teoricamente, a quantidade de fármaco prescrita, o paciente visa economizar dinheiro, o que torna a prática de divisão um grande atrativo. O que muitos adeptos deste método não sabem é o enorme risco que correm.

Vários estudos comprovam que o procedimento resulta, na maioria das vezes, em desigualdade entre as partes, comprometendo seriamente a efetividade do tratamento. Em pesquisa publicada, foram partidos 750 comprimidos e em nenhum dos casos as “metades” continham a mesma quantidade de princípio ativo. Para agravar, a “metade” restante não tem mais a garantia de estabilidade de guarda, podendo estar quimicamente alterada, inclusive. No mesmo estudo, a diferença entre as partes chegou a 15%, ficando nítida a variação de dosagem administrada e demonstrando por que alguns tratamentos dão errado.

Apesar de o comprimido ser destinado à administração em uma única vez, a prática de dividir comprimidos é comum, mesmo entre os profissionais de saúde. Desta forma, alguns comprimidos são produzidos com marcações, linhas ou sulcos, que se destinam a facilitar a divisão das unidades em duas ou mais partes. Mesmo a divisão realizada por operador treinado, utilizando equipamento específico para esta finalidade, é insegura.

A Anvisa mantém, em seu site, um alerta à população sobre os riscos do procedimento: “a partição de comprimidos é prejudicial ao paciente, especialmente se o produto for de liberação sustentada, ou seja, liberado durante todo o dia no organismo, ou se o produto tem como objetivo atingir uma área específica do corpo, antes de se dissolver por completo. Isso não significa que nenhum medicamento possa ser partido, mas este processo deve ser discutido pelo médico, farmacêutico e paciente.”

Portanto, a partição de comprimidos somente poderá ser realizada em poucos medicamentos e, mesmo assim, sem garantia à efetividade do tratamento. Em qualquer caso de prescrição de partição, o médico e o farmacêutico devem discutir o caso e avaliar opções.

A solução deste problema é a farmácia de manipulação, que, no Brasil, possui a legislação sanitária mais rigorosa do mundo. Além de dispor de uma gama enorme de substâncias que podem ser manipuladas na dose correta e individualizada, também é possível adequar a dose de medicamentos industrializados com segurança, utilizando técnicas laboratoriais apropriadas.

Para o primeiro caso, na prescrição deve constar o nome de cada substância ativa da fórmula e suas respectivas dosagens; na segunda opção, a prescrição deve informar o nome comercial do medicamento com sua dosagem inicial e deve vir acompanhada de prescrição adicional para ajuste de dose. Em caso de dúvida, não hesite em consultar um farmacêutico de sua confiança.  (Eduardo Aranovich de Abreu, farmacêutico, professor de pós-graduação em Farmácia e vice-presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais no RS)

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https://www.osul.com.br/cuidado-partir-um-comprimido-ao-meio-pode-ate-provocar-uma-crise-de-hipertensao/ Cuidado! Partir um comprimido ao meio pode até provocar uma crise de hipertensão 2016-04-04
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