Quarta-feira, 29 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2017
O mercado financeiro levanta algumas questões pertinentes sobre a operação conjunta PF e JBS. Todas elas centradas na origem do dinheiro usado para a operação que flagrou o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures, em situação para lá de complicada.
A pergunta: as notas de reais espremidas nas maletas da JBS – aliás, o acordo foi a empresa pagar R$ 500 mil por semana ao deputado – saíram de onde?
Hipóteses:
1. Se foi de um banco – os maços, nas fotos, estão devidamente cintados – qual seria? Ou os recursos foram obtidos de um blackista?
2. As operações estão registradas no Coaf? Acima dos R$ 10 mil, isso é obrigatório.
3. Como foi a participação da PGR (Procuradoria-Geral da República) no esquema? Nos EUA, esse tipo de dinheiro, para esse tipo de operação, sai do próprio governo. Por aqui, não.
4. Por que a mala não estava com chip?
A Polícia Federal não colocou chip de rastreamento na mala entregue por executivo da JBS ao deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) em 28 de abril. Sem poder seguir a mala, a PF ficou, provavelmente, 24 dias sem saber onde estava o dinheiro, devolvido por Loures, na segunda-feira, com R$ 35 mil a menos. Até o momento, a PF não informou o motivo que levou a corporação a não colocar rastreador no objeto.
5. Por que a mala entregue ao senador afastado Aécio Neves tinha chip de rastreamento e a entregue a Rocha Loures não?
A mala entregue ao intermediário do senador afastado Aécio Neves, seu primo Frederico Medeiros, o Fred, filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil das mãos de um executivo da JBS. Com a ação, foi possível identificar que a quantia foi depositada em contas ligadas ao senador Zezé Perrela (PMDB-MG). A PF ainda não informou porque o procedimento adotado na operação controlada que investigou Aécio não foi utilizado no caso de Loures.