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Tecnologia Dez milhões de senhas do Brasil são expostas na internet; pelo menos 70 mil são de órgãos públicos, como Supremo e Petrobras

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O vazamento de senhas foi disponibilizado integralmente de forma gratuita. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A temporada de grandes vazamentos de dados continua a todo vapor. Desta vez, mais de 10 milhões de senhas de e-mails de brasileiros foram expostas na internet em um vazamento global de 3,2 bilhões ocorrido no começo de fevereiro. Entre as credenciais brasileiras estão mais de 70 mil senhas do setor público, como de e-mails da Câmara dos Deputados, do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Petrobras. Os números foram obtidos por uma análise exclusiva para o jornal O Estado de S. Paulo feita pela empresa de cibersegurança Syhunt.

Os dados brasileiros fazem parte de um megavazamento global de senhas ocorrido no começo de fevereiro, que traz 3,28 bilhões de senhas para cerca de 2,18 bilhões de endereços únicos de e-mail. O arquivo de 100 GB foi publicado no mesmo fórum onde, em janeiro, hackers colocaram à venda bases de dados que comprometeram 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos.

Inicialmente, as bases de senhas foram postadas em 2 de fevereiro. Após a publicação original ter sido removida, os arquivos foram repostados em 17 de fevereiro. Ao contrário do megavazamento de janeiro, no qual as informações de brasileiros estavam à venda, o vazamento de senhas foi disponibilizado integralmente no fórum de forma gratuita – elas podem ser baixadas por qualquer pessoa. Essa foi a base analisada pela Syhunt, o que permite pela primeira vez ter uma noção de como os brasileiros foram afetados.

O hacker que postou os dados chama o arquivo de “Comb”, uma sigla para “compilation of many breaches” (em tradução livre, a compilação de muitas violações) – é uma indicação de que as informações têm origens distintas, agregando diferentes vazamentos. O novo vazamento quase dobrou as informações de uma megacompilação de 2017, que tinha 1,4 bilhão de senhas. É possível que a compilação atual traga os mesmos arquivos vazados há quatro anos. Não é possível saber, porém, se existe alguma ligação entre os hackers por trás do vazamento de janeiro de dados brasileiros e o vazamento global de senhas.

Entre as informações de brasileiros, existem pelo menos 10 milhões de senhas. Esse é o número de credenciais referente apenas a e-mails do domínio “.br” – cerca de 26 milhões de domínios em todo o mundo foram afetados. Isso significa que o número de brasileiros atingidos pode ser muito maior. A análise não incluiu serviços de e-mail muito populares por aqui, como Gmail e Hotmail, pois eles estão no domínio “.com”.

A base de arquivos é organizada e permite uma busca simples de endereços de e-mail para verificar quais as senhas vazadas. Embora o vazamento de janeiro tenha muito mais informações sobre brasileiros, o novo vazamento também traz riscos importantes para a nossa segurança digital. “No vazamento de janeiro, havia milhões de e-mails. Essas informações podem ser cruzadas com a base de senhas e permitir acesso dos criminosos”, explica Felipe Daragon, fundador da Syhunt. No megavazamento de dados de janeiro, o criminoso colocou à venda e-mails de 77,8 milhões de pessoas e de 15,8 milhões de empresas.

Além disso, diversos e-mails tiveram mais de uma senha vazada, o que permite identificar o padrão de criação de senhas. Mais ainda: com o padrão de criação de senhas em mãos, é possível até mesmo tentar prever futuras novas senhas criadas para os endereços. No vazamento, muitos endereços tiveram entre três e 30 senhas associadas a eles. “Mesmo que essas senhas sejam antigas, elas dão uma boa perspectiva sobre como o usuário se comporta em relação às suas senhas”, diz Daragon.

O vazamento afetou milhares de senhas da administração pública, incluindo esferas do poder, como Câmara e STF; agências de governo, como Anac e Anatel; bancos públicos, como Caixa e BNDES; ministérios, como Turismo e Transportes; e secretarias estaduais de Saúde. Além disso, endereços ligados a prefeituras, como Santos, Santo André e Salvador, estão no pacote.

No total, 68.535 senhas de e-mails no domínio “gov.br”, usado pela administração pública, foram afetadas. Outras 4.589 senhas do domínio “jus.br” foram disponibilizadas, o que inclui senhas do STF.

Também foram encontradas no vazamento 8.863 senhas ligadas à Petrobras – nenhum endereço, porém, está ligado a presidentes que passaram pelo comando da empresa nos últimos 10 anos. F

Com tantas senhas vazadas, só há uma coisa a fazer: trocá-las. “Considerando que um histórico de senhas referente a milhões de pessoas agora esteja nas mãos dos hackers, novas senhas precisam ser aleatórias, imprevisíveis, não utilizando nenhum padrão ou elemento de senhas anteriores”, diz Daragon. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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