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Brasil Diferente do que se previa, o calor não conteve o avanço do coronavírus

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O verão termina nesta sexta-feira (20). (Foto: Joel Vargas/PMPA)

No dia 26 de fevereiro, quando o coronavírus chegou oficialmente do Brasil, procedente da Itália, ainda se acalentava a esperança de que ele por aqui não se criaria com a fúria demonstrada na China (seu epicentro original), devido às temperaturas mais altas nesta região do planeta. Passadas pouco mais de três semanas, porém, a cada dia surgem mais casos do que a China, que começou a reduzir a epidemia desde o começo de março.

A primeira avaliação da Covid-19 nos Estados Unidos mostra que, embora os idosos sejam o grupo de maior risco, pessoas mais jovens têm apresentado um percentual de casos significativo e maior do que o observado na China. De 508 internados em UTI, 38% tinham entre 20 e 54 anos. E nada menos do que 50% dos casos mais graves (121) tinham menos de 65 anos de idade.

O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) norte-americano observou que ainda é cedo para avaliar o perfil demográfico que a doença tomará fora da China. Mas destacaram que é preciso não subestimar a ocorrência de casos de gravidade entre adultos e jovens. Não há até agora casos de gravidade em crianças e adolescentes (até 18 anos).

A Covid-19 é uma doença nova, causada por um vírus que ninguém sabe muito bem ainda como deixou os morcegos e veio nos infectar. São muitas as incertezas. Mas sob o comando de um presidente que ouve pandemia e fala histeria e com parte da população ainda insistindo em desrespeitar quarentenas e desafiar um inimigo que agora está em toda parte, o Brasil, dia a dia, confirma prognósticos e derruba outros.

O verão termina e o outono começa nesta sexta-feira, 20 de março, mas o Sol do verão não evitou a entrada do Sars-CoV-19 e menos ainda impediu que ele se espalhasse de Norte a Sul do país. Havia a esperança baseada em estudos com a Sars, prima-irmã da Covid-19, que grassou o mundo em 2002/2003 e desapareceu, que o novo coronavírus seguisse o mesmo rumo e fosse sensível ao calor do verão dos trópicos.

A tese é baseada no fato de que a Sars não se espalhou nessa faixa do globo. E em laboratório coronavírus demonstram sucumbir ao calor. Mas não foi isso o que coronavírus fez até agora. Se ele não gosta de calor, escondeu muito bem.

“Se criou um mito que a Sars sumiu derrotada pelo calor”, disse recentemente Marc Lipsitch, epidemiologista da Universidade de Harvard que tem se destacado por suas previsões acertadas de progressão da pandemia e é dele que cerca da metade da população global será infectada. “A Sars não teve morte por causas naturais. Ela foi derrotada por medidas de saúde pública, como isolamento e quarentena”, escreveu em artigo.

Até mesmo a Austrália, que chegou a ser elogiada em fevereiro por “controlar” o vírus e citada como exemplo das benesses do Sol, é acossada nos últimos dias por uma explosão de casos.

Anthony Fauci, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, um dos virologistas mais respeitados do mundo, que o presidente Donald Trump em vão tentou amordaçar, já anunciou que com calor e tudo a pandemia só tende a se tornar cada vez pior nos próximos meses em seu país.

Inverno vem aí…

Se alguns, como Trump, ainda depositam esperanças no verão que se aproxima do Hemisfério Norte, para o Brasil, ocorre o contrário. O inverno está chegando… E com ele, o aumento de doenças respiratórias e um cenário ainda mais favorável para a Covid-19. Pois se o calor não serve nem para controlar vírus respiratórios, o frio, ao contrário, o favorece.

Se o alento do calor morreu até agora na praia, o mesmo não pode ser dito das previsões, quase óbvias devido à crise prévia na saúde, de que a população de renda mais baixa seria a maior vítima. O vírus chegou com as classes média e alta, que haviam viajado a passeio ou trabalho para a Itália. Mas a primeira morte foi a de um porteiro aposentado, no dia 17, cujo contágio foi comunitário, nome dado quando ele já se transmite sem que se saiba de onde.

É a ponta de um iceberg do qual não se sabe ainda a profundidade. À medida que o vírus se espalha, pessoas de renda ainda menor precisarão dispor do superlotado SUS, do qual dependem 75% da população brasileira, para conseguir uma vaga em UTI.

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