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Mundo Documentos mostram que Israel atacou comboio de alimentos da ONU em Gaza

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Ninguém no comboio ficou ferido, mas grande parte do seu conteúdo, principalmente farinha de trigo necessária para fazer pão, foi destruído.

Foto: Thomas White/UNRWA via X
Ninguém no comboio ficou ferido, mas grande parte do seu conteúdo, principalmente farinha de trigo necessária para fazer pão, foi destruído. (Thomas White/UNRWA via X)

As Forças de Defesa de Israel (FDI) dispararam contra um comboio da Organização das Nações Unidas (ONU) que transportava suprimentos alimentares vitais no centro da Faixa de Gaza. O fato ocorreu em 5 de fevereiro, antes de finalmente impedirem que os caminhões avançassem para a parte norte do território.

De acordo com um relatório de incidente interno compilado pela agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNRWA), a principal agência de ajuda humanitária da ONU em Gaza, o caminhão era um dos dez num comboio parado em ponto de detenção das FDI quando foi alvejado.

Ninguém no comboio ficou ferido, mas grande parte do seu conteúdo, principalmente farinha de trigo necessária para fazer pão, foi destruído.

“Um comboio que transportava comida, rumo ao norte da Faixa de Gaza. Aquele comboio a caminho do que chamamos de áreas intermediárias foi atingido. Um dos caminhões que transportava suprimentos foi atingido por fogo naval israelense”, disse Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, à CNN.

É um dos vários incidentes em que comboios de ajuda, bem como armazéns que armazenam ajuda, foram atingidos desde o início da guerra.

Israel lançou o seu bombardeamento e invasão terrestre da Faixa de Gaza após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro, no qual pelo menos 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 outras feitas reféns. Mais de 29 mil pessoas foram mortas em ataques israelenses na faixa, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza.

Na sequência do ataque de 5 de fevereiro, a UNRWA decidiu parar de enviar comboios para o norte de Gaza. A última vez que a agência conseguiu entregar alimentos a norte de Wadi Gaza, uma faixa de zonas húmidas que corta o enclave ao meio, foi em 23 de janeiro.

A ONU estima que 300 mil pessoas ainda vivem no norte de Gaza, com muito pouca assistência. A desnutrição aguda já foi identificada em 16,2% das crianças locais, acima do limite considerado crítico, segundo a ONU.

O ataque ao caminhão

O comboio, composto por 10 caminhões de ajuda humanitária e dois veículos blindados marcados com a insígnia da ONU, iniciou sua jornada nas primeiras horas de 5 de fevereiro.

A UNRWA disse que as viagens são realizadas no início do dia para evitar que o conteúdo dos caminhões seja invadido ao longo da rota por aqueles desesperados por comida.

Partindo do sul de Gaza, o comboio percorreu a estrada Al Rashid, que segue a orla costeira da faixa. A estrada tem sido a principal rota permitida pelos militares israelenses para comboios humanitários e evacuações desde janeiro.

Às 4h15 (horário local), o comboio chegou a um ponto de espera designado pelas FDI na estrada Al Rashid, de acordo com o relatório interno do incidente da UNRWA, onde os caminhões ficaram parados por mais de uma hora. Às 5h35 (horário local), foram ouvidos tiros navais e o caminhão foi atingido, disse a reportagem.

A agência disse que antes de iniciar a entrega da ajuda, coordenou antecipadamente com os militares israelenses, concordando com o caminho que tomaria – como sempre faz.

A correspondência por e-mail entre a UNRWA e o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), a agência militar israelense que supervisiona as atividades nos territórios palestinos, a ajuda humanitária, também mostra um acordo para o comboio tomar a estrada Al Rashid.

“Compartilhamos com o exército israelense as coordenadas dos comboios e a rota desse comboio”, disse Touma. “Somente quando o exército israelense nos dá a aprovação, a luz verde, é que a UNRWA se move. Não nos movemos sem essa coordenação.”

Ela disse que o objetivo desta coordenação, denominado processo de resolução de conflitos, é garantir que os comboios de ajuda não sejam atingidos.

“Gaza tornou-se muito rapidamente um dos lugares mais perigosos para se trabalhar com ajuda humanitária”, disse Touma. “É um ambiente extremamente complexo para operar. Muitas vezes as nossas equipes são forçadas a prestar assistência humanitária sob ataque.”

O diretor da UNRWA, Tom White, disse que o comboio foi atingido por tiros da marinha israelense e compartilhou duas fotos no X, antigo Twitter, mostrando um caminhão com um buraco onde estava sua carga e caixas de suprimentos espalhadas na estrada.

A principal consultora jurídica da UNRWA, Philippa Greer, disse que estava no comboio quando ele foi atingido e postou no X para dizer que a equipe teve “extrema sorte” de ninguém ter ficado ferido.

Depois, o comboio ainda solicitou permissão para passar por um posto de controle israelense que supervisiona a entrada no norte de Gaza, mas sua entrada foi negada.

O COGAT afirma que a entrada de itens considerados “prejudiciais” é bloqueada.

“Israel facilita a entrada de toda e qualquer ajuda humanitária, com especial ênfase em alimentos, na Faixa de Gaza, seguindo um processo de supervisão e controle para garantir que, de fato, os bens transportados são ajuda humanitária e não outros materiais que serão prejudiciais à segurança de Israel”, foi dito em um boletim informativo em 14 de janeiro.

 

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https://www.osul.com.br/documentos-mostram-que-israel-atacou-comboio-de-alimentos-da-onu-em-gaza/ Documentos mostram que Israel atacou comboio de alimentos da ONU em Gaza 2024-02-21
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