Sexta-feira, 10 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a imprensa em um comício na Pensilvânia na noite de quinta-feira. Durante o discurso, ele chamou os jornalistas de pessoas “horríveis e horrendas” e acrescentou: “a mídia torna qualquer história em algo ruim, porque são falsos e nojentos”.
Em resposta, parte do público presente aplaudiu o presidente e gritou contra a rede de televisão norte-americana CNN, que estava fazendo a cobertura do evento. Esta não é a primeira vez quem que jornalistas são hostilizados pelos apoiadores de Trump. Em um outro comício na Flórida, um repórter da CNN foi atacado verbalmente.
“Apenas um pedaço da triste cena que enfrentamos no comício de Trump em Tampa. Estou muito preocupado que a hostilidade provocada por Trump e por alguns dos meios de comunicação conservadores pode terminar com alguém se machucando. Não devemos tratar nossos compatriotas desta maneira. A imprensa não é o inimigo”, opinou o jornalista Jim Acosta, que é da CNN.
Fake news
A declaração de Trump sobre a imprensa veio no mesmo dia em que a filha do presidente Ivanka Trump disse que a mídia não podia ser considerada inimiga. Na conta oficial no Twitter, Trump frisou que não considera a imprensa, em si, como adversária. Ele afirma que as empresas que fazem “fake news” — notícias que, na visão dele, são falsas — “são o principal inimiga do povo”.
Liberdade de imprensa
Em entrevista para a agência de notícias Reuters na quinta-feira, antes das novas declarações de Donald Trump, o relator da ONU (Organização das Nações Unidas) para liberdade de expressão, David Kaye, afirmou que os ataques do presidente dos Estados Unidos contra a mídia violam as normas básicas da liberdade de imprensa. Segundo ele, esses discursos podem desencadear violências reais contra jornalistas.
“Esses ataques vão contra as obrigações do país para respeitar a liberdade de imprensa e a lei internacional de direitos humanos. Estamos especialmente preocupados de que esses ataques aumentem o risco de jornalistas serem alvos de violência”, afirma o presidente norte-americano.
Amigo do Putin
No mesmo comício na Pensilvânia, Donald Trump voltou a dizer que a interferência da russa “é uma farsa” e que ele e o presidente da Rússia,Vladimir Putin, “se dão bem”. Mais cedo, a Casa Branca admitiu preparar um contra-ataque às investidas da Rússia contra a eleições dos Estados Unidos. Segundo autoridades do alto escalão ligadas ao presidente norte-americano, o risco de uma interferência é iminente e tem relação direta com o líder russo.