Quarta-feira, 08 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2021
Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo
Foto: Reprodução/TV CâmaraA deputada federal Flordelis disse na quinta-feira (13), em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que se tornou “pária” na Casa desde que foi denunciada como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu em junho de 2019, em Niterói (RJ).
Essa foi a primeira vez que a parlamentar compareceu ao Conselho de Ética na condição de depoente. Antes, ela já havia participado de audiência de outros depoentes e tinha apresentado defesa por escrito. A deputada responde a um processo que pode levar à cassação do seu mandato.
Durante o depoimento, Flordelis negou o crime e disse que “é horrível e terrível esse rótulo de assassina”. “Eu virei pária para o governo, para a direita, para a esquerda, seja lá quem for, desta Casa, que quer surfar nos louros da mídia que clama pelo meu sangue”, disse.
Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima –, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
“Eu queria que vocês [deputados] pensassem, refletissem para que uma injustiça não seja cometida nesta Casa, que a injustiça não seja cometida com a minha vida. Me deixem continuar com meu mandato, com meu trabalho”, declarou.
Na última semana, a juíza do 3º Tribunal do Júri de Niterói Nearis dos Santos Carvalho Arce decidiu que a deputada e mais nove acusados irão a júri popular.
O processo ao qual a deputada responde na Câmara foi instaurado somente em fevereiro deste ano, já que o Conselho de Ética esteve parado no ano passado devido à pandemia da Covid-19.
Após o depoimento de quinta, o relator do caso, deputado Alexandre Leite, terá até dez dias úteis para apresentar seu parecer. O relatório pode ser pela absolvição ou aplicação de punição, que vai de censura à perda do mandato parlamentar.
Se o Conselho de Ética decidir pela suspensão ou cassação do mandato de Flordelis, o processo segue para o plenário da Câmara, que dará a palavra final.