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Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2015
Em uma aula na Universidade Columbia (EUA), uma das melhores do mundo, o economista André Lara Resende, 64 anos, defendeu um perdão consciente a atos de corrupção, pacto que permitiria a superação da agenda de crise no Brasil.
“Temos uma sociedade de baixo capital cívico [conceito que ele define como o estoque de crenças e valores que estimulam a cooperação entre as pessoas]. O que causa a mudança?”, questionou. “Vou dizer uma coisa bastante provocativa. Minha impressão é que, quando você tem uma crise como a que temos no Brasil, com a Lava-Jato, a forma que podemos usá-la para provocar uma mudança é dizer: Vamos começar do zero, vamos superar o passado”, disse.
“Mas quem diria isso?”, questionou uma espectadora. “Não é quem, mas como”, respondeu Resende. “Em um almoço, estávamos discutindo a questão do perdão. Eu acho que há algo inteligente. Se você leva a lógica da vingança adiante, de um lado a outro, você termina em confusão. A certo ponto, você tem que dizer ‘ok, entendido. Isso faz parte do passado e temos de recomeçar de outra base’”.
O economista fez parte da equipe que formulou o Plano Real e presidiu o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) no governo Fernando Henrique Cardoso. Afastou-se da política, passou anos no mercado financeiro e, na última campanha presidencial, em 2014, atuou na equipe econômica de Marina Silva (Rede). (Folhapress)