Terça-feira, 21 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 27 de março de 2019
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi um dos 453 deputados que deram voto favorável à PEC (proposta de emenda à Constituição) 2/15. Aprovada em dois turnos na Câmara, ela engessa parcela maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento, como emendas de bancadas estaduais e investimentos em obras.
Na prática, reduz o poder do Executivo sobre gastos públicos e tem sido vista como uma importante derrota para o governo na Câmara. O filho do presidente discorda. Depois de votar sim, Eduardo lembrou que ele e o pai foram favoráveis ao projeto em 2015, quando o texto foi apresentado e acabou ficando parado. Na ocasião, os dois eram oposição ao governo de Dilma Rousseff (PT).
“Nunca foi pauta do governo Bolsonaro fazer o Legislativo de refém através de emendas orçamentárias”, afirmou Eduardo nesta quarta (27). “Quando deputado, Jair Bolsonaro apoiou a PEC do Orçamento impositivo. Mantemos a coerência. Vitória do Legislativo e da independência entre os Poderes”, prosseguiu.
A aprovação foi um recado dos deputados para o Palácio do Planalto. Insatisfeitos com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não negociar com partidos, líderes de várias siglas decidiram emparedar o governo. Apenas seis deputados, entre eles a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e os deputados Bia Kicis (PSL-DF) e Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-RJ), se posicionaram contra a PEC.
Venezuela
O deputado Eduardo Bolsonaro disse, na semana passada, que, para tirar o presidente Nicolás Maduro do poder, “de alguma maneira vai ser necessário o uso da força na Venezuela”. A declaração foi dada em entrevista ao jornal chileno La Tercera.
O parlamentar viajou ao Chile acompanhando o pai, o presidente Jair Bolsonaro, que participou no fim de semana, em Santiago, da cúpula de criação do Prosul (Foro para o Progresso da América do Sul). Mais tarde, após a realização da cúpula, Eduardo Bolsonaro recuou ao falar com jornalistas.
Na entrevista, Eduardo criticou Maduro e disse que “todas as opções estão sobre a mesa” para resolver a crise no país vizinho, repetindo assim declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que já indicou a possibilidade de realizar uma ação militar contra Caracas.
“Ninguém quer uma guerra, a guerra é ruim. Haverá vidas perdidas e consequências colaterais, mas Maduro não vai sair do poder de maneira pacífica”, afirmou o deputado brasileiro. “De alguma maneira, será necessário o uso da força, porque Maduro é um criminoso”, disse.