Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Estamos em ano de eleições, um ano que, normalmente, é repleto de falsas promessas proclamadas por políticos que, na maior parte das vezes, fazem uso de argumentos vazios, inflamados e, em sua maioria, repletos de antigas falácias. Um dos principais temas abordados em debates, campanhas e palanques é também um dos mais apreciados pela grande mídia: a educação.
É fato que grande parte dos políticos terá, em seu plano de governo, algum capítulo a destacar acerca do assunto educação, destinando futuros recursos e idealizando uma série de políticas públicas inquestionáveis, apoiadas em grande parte pela população – pois quem gostaria, afinal, de viver em um país que não aprecia e valoriza a própria educação?
O ponto é que um dos principais argumentos a favor de tais políticas públicas pró-educação reside no fato de esta ser um trampolim para a riqueza e para o crescimento econômico de uma nação. Será mesmo? Vamos aos fatos.
Em 1960, Taiwan tinha uma taxa de alfabetização muito menor do que a das Filipinas e metade da renda per capita daquele país. Hoje, a ilha tem renda dez vezes maior. Ao mesmo tempo, a Coreia apresentava uma taxa de alfabetização muito menor do que a da Argentina, que, por sinal, tinha uma das taxas mais altas do mundo, e cerca de um quinto da renda per capita daquele país. Hoje, tem três vezes mais.
Segundo o escritor Nicholas Taleb, na obra “Antifrágil”, isso seria o efeito da ilusão pelo acaso: o fato de confundirmos o meramente associativo com o causal. Outro ponto é que, mesmo que o nível de educação também tenha aumentado nesses países, podemos inferir que isso tenha ocorrido devido ao grande crescimento registrado no período.
É claro que a educação é, sim, algo importante. O que devemos questionar é se deveríamos delegar ao Estado a tarefa de prover tal educação, sob o argumento de que esta traria crescimento e riqueza no longo prazo. Por outro lado, é sabido que uma nação com elevados índices de crescimento e aumento da renda per capita torna-se mais educada, agora no sentido de educação organizada, embora possamos afirmar que mais erudita também.
Esse fato nos faz refletir sobre a importância da força empreendedora e da iniciativa privada de um país para a geração de novos cérebros e de uma educação mais plural, aqui no sentido de adquirir “novos conhecimentos”. É visível que esse parece ser um sintoma não local, mas global, presente na maior parte dos governos atuais.
Contudo, é preciso que nos atentemos para tais falácias, principalmente em um ano de eleições, e entendamos o verdadeiro valor que a iniciativa privada e o empreendedorismo exercem sobre uma economia, sendo esta a verdadeira responsável pelo crescimento e pela geração de riqueza, e por conseguinte da educação.
Richard Machado – associado do IEE (Instituto de Estudos Empresariais)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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