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Tito Guarniere Eleições municipais

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O primeiro turno das eleições deste ano será realizado no dia 2 de outubro. (Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE)
Os analistas políticos, uma vez definidas as eleições, se exaurem em interpretar os resultados. É do exercício do jornalismo analisar o evento acontecido e vislumbrar os seus desdobramentos e o futuro. No caso da política, um exercício de certa futilidade, principalmente quando se arriscam prever o que ainda está lá longe no horizonte.

Está mais do que na hora de que tais comentaristas abandonem de vez, ou no mínimo tornem menos esquemática, a divisão entre esquerda, direita e centro. A velha divisão das forças políticas não serve mais e não é suficiente para abranger toda a complexidade do nosso tempo.

Nestas eleições de 2020, e no segundo turno, amplos contingentes do eleitorado votaram no antibolsonarismo, uns, e no antipetismo, outros. Não foi escolha pensada, ligada a alguma matriz partidária ou programática, mas o impulso de uma impressão presente, de um sentimento.

Claro, os servidores públicos de todas as instâncias votaram como sempre em partidos como o PT, PSOL, PDT. No agrupamento numeroso e importante, a motivação política é singela – adesão incondicional aos partidos mais fiéis aos seus interesses de carreira. É nesse segmento que reside a maior força da esquerda.

Já os fiéis das crenças evangélicas e pentecostais tendem a seguir a orientação de voto do pastor ou do bispo – não importa em que partido.

Há o vasto conjunto de eleitores de credulidade excessiva. Boulos teve uma votação apreciável em São Paulo porque é de esquerda, como ele se diz, ou porque prometeu transporte coletivo público de graça para gestantes, mulheres com criança de colo e estudantes, mais um auxílio mensal permanente aos paulistanos pobres?

O discurso do “novo” envelheceu rápido, diante da decepção com o governo Bolsonaro. O eleitorado repeliu supostas novidades: os políticos tradicionais, com todos os seus defeitos e desvios, se revelaram, apesar de tudo, mais confiáveis do que o pretenso novo.

Até bem pouco tempo quase todos os partidos se diziam de centro-esquerda. Agora, a julgar pelas análises políticas, ela não existe mais: tudo se resume à esquerda e centro. Continua a misteriosa inexistência de partidos de direita no Brasil, embora não fosse anormal que, na posição, fossem catalogadas siglas como o DEM, o PR e o Novo. Mas onde situar o MDB e o PSD? É forçar a mão colocá-los simplesmente como de direita e esquerda.

Mesmo no interior dos partidos há diferenças nada desprezíveis. No PSDB, e segundo a divisão convencional, Dória está à direita; já o perfil de Eduardo Leite, governador gaúcho, é claramente de centro-esquerda.

É muito cedo antecipar 2022 tomando por base as eleições municipais. A margem de erro dessas previsões é maior do que os institutos de pesquisa, que a cada eleição erram mais – no próximo pleito estarão de volta, causando o frisson de sempre. Em São Paulo davam uma vantagem apertada de Covas sobre Boulos, mas no final foi uma vitória retumbante, com a diferença de quase 20 pontos. Em Porto Alegre, na véspera, o Ibope dava Manuela na frente de Melo, mas contados os votos o candidato do MDB ganhou por confortáveis 10 pontos percentuais.

 

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