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Mundo Em Nova York, quem não se vacina deixa escola

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Segundo nota técnica, a indicação é vacinar este grupo após encerrar a vacinação de pessoas de 60 a 64 anos. (Foto: Freepik)

Jacquelynn Vance-Pauls, advogada do setor imobiliário em Nova York, tem um filho de 14 anos com autismo, que recentemente teve de sair de sua escola especial. Seus irmãos gêmeos, de 9 anos, e a irmã mais velha também estão prestes a serem expulsos das escolas públicas que frequentam. As crianças não fizeram nada de errado e não estão doentes. É que Jacquelynn resiste a cumprir uma nova lei, promulgada em meio a um surto de sarampo.

A regra pôs fim a isenções para vacinas em crianças em todas as escolas e jardins de infância. Jacquelynn diz acreditar que as vacinas contribuíram para o autismo do filho, embora mais de uma dezena de estudos científicos rejeitem a ligação. Segundo ela, a Bíblia a impede, como cristã, de “profanar o corpo”, o que, conforme afirma, é o que ocorre com as vacinas.

Com o início das aulas nos EUA, Jacquelynn e outros pais de 26 mil crianças de Nova York cujos filhos estavam isentos da vacina por motivos religiosos têm de prestar contas. Com a nova lei, todas as crianças têm de ser vacinadas nas duas primeiras semanas e a vacinação deve estar concluída no fim do ano escolar. Do contrário, devem estudar em casa ou a família tem de se mudar para fora do Estado.

O surto de sarampo que acarretou a promulgação da nova lei vem regredindo. A maior parte dos casos envolveu crianças não vacinadas em comunidades judaicas hassídicas, onde a imunização foi bem menor do que a média de 96% no Estado. Campanhas de vacinação em larga escala contribuíram para aumentar o índice. Mas autoridades alertam que, com o início das aulas, a doença pode retornar, particularmente se o número de imunizados voltar a cair.

Com a aprovação da lei, em junho, Nova York se tornou o quinto Estado a bloquear as isenções que não são por ordem médica e adotou uma das políticas mais estritas do país. A comunidade contrária à vacinação impetrou diversas ações para tentar barrar a regra, até agora sem sucesso. Ao mesmo tempo, autoridades de saúde começaram a agir para solucionar lacunas, anunciando regras emergenciais que tornam as isenções à vacina por questões médicas mais difíceis de se obter.

Incentivo. A lei está encorajando pais indecisos a imunizar os filhos e é uma mensagem para escolas públicas e privadas de que os dias de vacinação seletiva acabaram. Para Daniel Salmon, diretor do Institute for Vaccine Safety na Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, o fim de isenções sem causa médica é uma solução parcial, mas é necessário financiar mais pesquisas sobre a segurança das vacinas e neutralizar o lobby contra.

Lorna Lewis, diretora do Plainview-Old Bethpage Central School District, em Long Island, ajudou no lobby em favor da lei como presidente do conselho de diretores do Estado. Ela calcula que, das 65 crianças com isenções à vacina por motivo religioso no seu distrito, dez provavelmente terão aulas em casa. “Temos 5 mil alunos. Se dez têm pais radicalmente contrários à vacina, tenho outros 4.990 em cuja segurança tenho de pensar.” Os pais já pediram para seus filhos não serem colocados em classes com crianças não vacinadas, disse Lorna.

Em casa

Alguns pais que não desejam vacinar os filhos adotaram o ensino domiciliar. Com base na lei do Estado, crianças que estudam em casa podem se reunir em grupos de aprendizado por até três horas por dia. Miss Megan, consultora para o ensino domiciliar, disse estar abrindo nova cooperativa de pais de crianças com ensino domiciliar em Manhattan para quem não quer cumprir a lei. Segundo ela, alguns estavam renunciando a depósitos em escolas privadas. Outros não eram contra a vacinação, mas querem ampliar o espaço entre as doses mais do que a lei permite.

Kristina Staykova, de 43 anos, está fechando sua loja e imagina como deixar em ensino domiciliar seus filhos, entre eles um de 4 anos com autismo. A filha de 5 já foi avisada de que não voltará à escola. Recentemente ela foi a uma conferência sobre ensino domiciliar onde havia 300 pais e muitos deles, como ela, achavam que seus filhos tinham problemas por causa de vacinas.

Jacquelynn marcou consulta para vacinar os filhos e agendar o restante das vacinas nas próximas semanas. A família não pode adotar o ensino domiciliar nem mudar de Estado, portanto ela não teve escolha. “Peço a Deus que meus gêmeos, hoje com 9 anos, consigam evitar o que Jack não conseguiu quando era um bebê”, disse ela, referindo-se ao filho com autismo. “Acho que não há como fugir.”

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https://www.osul.com.br/em-nova-york-quem-nao-se-vacina-deixa-a-escola/ Em Nova York, quem não se vacina deixa escola 2019-09-09
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