Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de maio de 2021
É falso que o Google tenha criado uma enquete online para definir como chamar a região que hoje está dividida entre Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza no serviço Google Earth. A gigante da tecnologia informou atualizar informações sobre territórios em disputa por meio de consulta a especialistas em cartografia.
“O Google não possui qualquer relação com a votação”, disse a empresa. “O Google tem políticas e está constantemente consultando especialistas da cartografia para entender qual a melhor forma de indicar nomes de países e fronteiras de territórios que estão em contexto de conflito ou disputa.”
De acordo com as políticas da plataforma, os territórios disputados são exibidos no Google Maps como uma linha cinza tracejada. Para o Google, fronteiras disputadas são aquelas em que não há concordância sobre um limite territorial.
Ao consultar a região de fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, é possível ver que ela se baseia no “Acordo de Armistício de 1950”. Já a região de fronteira entre a Cisjordânia e Israel se baseia no “Acordo de Armistício de 1949”.
O site “israel-vs-palestine.com” é uma página única com uma votação entre Israel ou Palestina e a frase “Qual lado você apoia?”. Não há nenhuma menção de que seja uma iniciativa do Google nem que a empresa usará a votação para nomear territórios no Oriente Médio dentro da ferramenta Google Earth ou Google Maps.
Na base de dados do site Who.is mas não há informações públicas sobre o dono da página. A única informação fornecida é que ela está hospedada em um servidor da Lituânia.
Nas redes
O link para o site foi compartilhado por páginas com temática israelense e árabe com a informação de que “o Google lança uma votação para lançar o nome ‘Israel’ ou ‘Palestina’ em seu mapa no Google Earth”.
Esse conteúdo ganhou visibilidade ao ser reproduzido pelo pastor evangélico e deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ). Sua postagem no Facebook foi compartilhada ao menos 646 vezes. No Instagram, recebeu 2.427 reações. O Estadão Verifica entrou em contato com o deputado, mas não houve resposta até a publicação desta checagem. O espaço está aberto.
Um conflito tão politizado quanto a disputa entre Israel e Palestina causa muita desinformação nas redes. O Estadão Verifica já mostrou ser falso que a China tenha oferecido ajuda milionária ao grupo islâmico Hamas.