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Mundo Entenda as razões por trás da crise no Chile; Quinze pessoas já morreram nos protestos

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Algumas estações de metrô foram bastante danificadas durante os protestos. (Foto: Reprodução)

O envio de militares armados e policiais de choque não conseguiu aplacar as manifestações que tomaram várias cidades no Chile. Quinze pessoas já morreram nos protestos. A crise começou quando, por recomendação de um painel de especialistas em transporte público, o governo do presidente Sebastián Piñera decidiu aumentar o preço do bilhete de metrô em 30 pesos, atingindo um valor máximo de 830 pesos (R$ 4,73, na cotação atual).

Como forma de protesto, os estudantes começaram a pular as catracas para entrar nas plataformas do metrô sem pagar a passagem.

A situação piorou a partir de sexta-feira (18), quando a violência tomou as ruas da capital chilena, Santiago, com incêndios em várias estações de metrô e ônibus, saques a supermercados e ataques a centenas de estabelecimentos públicos.

O presidente Piñera, então, declarou estado de emergência, o que significou o envio de militares para os pontos de protesto. Além disso, o governo ordenou toque de recolher na tarde de sábado.

Além disso, Piñera foi forçado a ceder e anunciou, no sábado à noite, a suspensão do aumento da tarifa do metrô, afirmando que ouvira “com humildade a voz do povo”.

No entanto, nenhuma dessas medidas e anúncios aliviou a fúria dos chilenos que participam dos protestos.

No último domingo, cidades como Santiago, Valparaíso e Concepción acordaram com sérios danos a prédios e espaços públicos, além de bloqueios em portos e estradas.

As autoridades estenderam o toque de recolher na Região Metropolitana de Santiago, das 19h, horário local, até as 6h desta segunda-feira; e nas regiões de Concepción e Valparaíso, das 20h às 6h. Na segunda, os militares anunciaram um novo toque de recolher para ainda mais cedo, às 18h.

As aulas foram suspensas na segunda-feira em Concépcion e em 43 comunas de Santiago.

O Exército chileno também anunciou toque de recolher em outras cidades, como Coquimbo e La Serena.

Mas o que está por trás dos protestos? A BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, listou quatro pontos para entender as recentes manifestações chilenas.

1. O Chile é um país desigual?

Políticos e especialistas afirmaram que o aumento da tarifa do metrô é apenas a “ponta do iceberg” dos problemas que os chilenos estão enfrentando.

A palavra “desigualdade” ganhou protagonismo nos últimos dias, com centenas de manifestantes insistindo que a diferença social entre pobres e ricos no país é excessiva.

Segundo a última edição do relatório Panorama Social da América Latina, elaborado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a parcela de 1% mais rica da população chilena manteve 26,5% da riqueza do país em 2017, enquanto 50% das famílias de baixa renda representavam apenas 2,1% da riqueza líquida.

Por outro lado, o salário mínimo no Chile é de 301 mil pesos (cerca de R$ 1.715,70 – no Brasil, ele é de R$ 998).

Segundo o Instituto Nacional de Estatística do Chile, metade dos trabalhadores do país recebe um salário igual ou inferior a 400 mil pesos (R$ 2.280) ao mês. Já no Brasil, como comparação, 60% dos trabalhadores (ou 54 milhões de pessoas) tiveram um rendimento médio mensal de apenas R$ 928 no ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.

2. Qual é a responsabilidade do governo?

Tanto a oposição a Piñera quanto alguns de seus aliados concordaram que o atual governo reagiu tarde às manifestações.

Os críticos afirmaram que não houve explicações claras sobre os motivos do aumento da tarifa de transporte e que houve uma “falta de empatia” com os problemas das pessoas por parte do governo.

Além disso, a oposição tem questionado as autoridades pelo fato de o governo ter ameaçado coibir os protestos usando a Lei de Segurança do Estado, sem abordar o mérito das reivindicações. Além disso, os governistas classificaram os manifestantes como “delinquentes” por várias vezes.

3. Expectativas influenciam o desconforto das pessoas?

Há anos, a classe política chilena vem prometendo melhorias na qualidade de vida dos cidadãos. Reformas educacionais, constitucionais, tributárias e de saúde foram anunciadas, mas muitas delas falharam em atender às expectativas da sociedade.

A agitação social resultou nessa série de manifestações que terminaram em violência e destruição.

As causas do descontentamento vieram das expectativas geradas pela sequência de dois governos antagônicos: Michelle Bachelet (de 2006 a 2010 e depois de 2014 a 2018), de centro-esquerda, e Sebastián Piñera, de centro-direita – que também liderou o país em um período anterior, entre 2010 e 2014.

4. Qual é o papel dos estudantes nos protestos?

Os recentes protestos foram liderados principalmente por estudantes.

A primeira manifestação ocorreu na segunda-feira, 7 de outubro, liderada por estudantes de escolas emblemáticas, principalmente do Instituto Nacional. Este estabelecimento, fundado em 1813, foi o ponto central de organização de protestos.

As reclamações têm a ver com a “falta de recursos” para a educação chilena e precariedade nas salas de aula.

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