Terça-feira, 07 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2015
As reações contrárias à adoção de um mandato de dez anos para os senadores levou o relator da reforma política, Marcelo Castro (PMDB-PI), a recuar e modificar novamente seu texto. No seu novo relatório, os senadores terão os mandados de cinco anos, como os demais cargos. Três anos a menos que os oito que possuem atualmente. O motivo para o recuo foram as duras críticas que recebeu, não só de eleitores e colegas da comissão de reforma política, mas até de seus familiares.
“Foi reação contra os 200 milhões de habitantes brasileiros. Sou contra isso, tenho convicção que todos os mandatos devem ter a mesma duração, mas cedi para fazer a negociação [com os senadores] porque me acusaram de ser intransigente. Como mantenho, se o mundo desabou sobre mim por essa proposta, a reforma política foi jogada no lixo e virou um só item, com todas as redes sociais do mundo e de Teresina criticando, até no WhatsApp da família todo mundo [ficou] me xingando?”, apontou.
O relator já anunciou sua decisão. “A comissão não quer, o mundo não quer e pode enfraquecer a força da reforma política. Mudei o relatório. Pior seria prejudicar o País, insistir em algo errado que teve uma reação negativa tão grande e bancar o cabeça dura.”
Marcelo Castro ainda está refletindo sobre a situação dos suplentes de senador. No primeiro relatório, como todos os três senadores seriam eleitos em uma mesma eleição, ele tinha proposto que os suplentes seriam os mais votados depois dos eleitos, de acordo com a ordem de votação, como acontece com os deputados. Mas decidiu acatar a PEC (proposta de emenda à Constituição) já aprovada pelos senadores que mantém o suplente de senador como alguém escolhido por ele, sem voto. Essa PEC apenas limita em um o número de suplentes de senador e veda que seja cônjuge ou parente até segundo grau. Depois de votada na Câmara, a reforma política será submetida ao crivo dos senadores. (AG)