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Porto Alegre Equipes de saúde mental dão suporte a desabrigados pelas cheias em Porto Alegre

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Equipes multiprofissionais reforçam atendimento de saúde mental nos abrigos

Foto: Cristine Rochol/PMPA
Equipes multiprofissionais reforçam atendimento de saúde mental nos abrigos. (Foto: Cristine Rochol/PMPA)

Pessoas que estão nos abrigos de Porto Alegre em razão das cheias contam com acompanhamento de profissionais da área de saúde mental. São psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais que atuam fazendo a escuta atenta de quem perdeu tudo e precisa recuperar as forças para reconstruir a vida.

“A vivência de um desastre desorganiza de forma profunda o tecido social e provoca reações esperadas diante da situação, como medo, ansiedade, perda de apetite, transtorno de sono, irritabilidade e raiva, por exemplo”, explica a coordenadora da área na SMS (Secretaria Municipal de Saúde), psicóloga Marta Fradique. A metodologia utilizada pelas equipes procura acolher as angústias, a fim de minimizar os efeitos potencialmente traumáticos da experiência.

“Estamos usando a abordagem dos primeiros cuidados psicológicos, dirigida a grupos que enfrentam situações como esta, é uma forma de amenizar o sofrimento”, diz a terapeuta ocupacional Andressa Zanin, coordenadora da Equipe de Saúde Mental Adulto da Região Norte da Capital e que atende no Vida Centro Humanístico.

Abrigos maiores, como o Vida, possuem uma equipe de saúde mental fixa que trabalha junto aos profissionais da unidade de saúde e voluntários. Soma-se a isso o reforço de equipes multidisciplinares para atender demandas espontâneas, incluindo também enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e sanitaristas.

A ideia é somar esforços para auxiliar no suporte psicológico nos abrigos, alinhados às estratégias de saúde da Força Nacional do SUS. “Nosso objetivo é a prevenção do agravamento de transtornos psiquiátricos”, afirma Andressa. Nos casos de urgência ou emergência, os pacientes são encaminhados para os serviços especializados.

Marcia Beatriz Leal, 50 anos, está entre os abrigados do Vida Centro Humanístico. Ela cuida da mãe com Alzheimer e do filho Pietro, de 7 anos, que é autista. “Conversar com um profissional como o psicólogo, botar para fora as angústias, alivia um pouco a dor”, conta Marcia, que sofre de ansiedade e depressão, seguindo tratamento com medicações. Quando a água baixar, o objetivo é juntar as forças e tentar reconstruir a vida.

“Estamos concentrando esforços para acolher a população atingida pelas enchentes para prevenir os agravos e intensificação do sofrimento psíquico”, diz a coordenadora Marta. A SMS estima um aumento de 8% na demanda de atendimentos em saúde mental de alta complexidade após o período de calamidade pública.

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