Armando Burd Esgotando o fôlego

Deputado Darcísio Perondi

O secretário da Fazenda, Giovani Feltes, e o deputado federal Darcísio Perondi tornaram-se maratonistas, da manhã à noite de ontem, percorrendo várias instâncias do poder em Brasília. Deixaram para hoje os encontros com o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Henrique Meirelles. Correm em busca de apoio às adaptações no projeto que deverá tirar o Rio Grande do Sul do fundo do poço. Há chance de votação na Câmara dos Deputados hoje.

PEDRA NO CAMINHO

Uma das dificuldades enfrentadas pelo Rio Grande do Sul é a situação do Rio de Janeiro, que tem cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas e o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, presos. Além da decisão de cassação dos mandatos do governador Luiz Fernando Pezão e do vice Francisco Dornelles. Os dois só não foram afastados dos cargos porque cabem recursos. Deputados de outras regiões perguntam: como ajudar um Estado que teve os cofres esvaziados pela corrupção?
Não deixam de ter razão.
Uma das hipóteses é retirar o Rio de Janeiro da renegociação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, resiste porque se trata do seu Estado.

PRECAUÇÃO

Com as restrições ao financiamento de campanhas, políticos de larga quilometragem orientam os que querem se candidatar pela primeira vez em 2018: antes de se deixar levar pelo entusiasmo, consulte o próprio bolso.

SEM ENFRENTAMENTO

O deputado Adão Villaverde utilizou a abertura da sessão plenária da Assembleia Legislativa, ontem, para tratar do tema “A antirreforma de Estado que está destruindo o Brasil e o Rio Grande do Sul”. Os apartes se limitaram a integrantes da oposição. Os governistas não se deram ao trabalho de contestar. O Palácio Farroupilha já foi a casa dos grandes debates.

PARA CONFERIR

O projeto que propõe o ponto eletrônico em órgãos públicos estaduais terá o deputado Elton Weber como relator na Comissão de Constituição e Justiça. O prazo para manifestação não passa de 15 dias. O autor é o deputado Lucas Redecker.

REFORMA NECESSÁRIA

Os fatos: 1) foram necessários quatro anos para a condenação da empresa que vendia leite com formol e reaproveitava produtos vencidos; 2) três anos para definir que os assassinos de Bernardo Boldrini serão julgados pelo Tribunal do Júri.
Provas evidentes de que o Código de Processo Penal precisa passar por reforma com urgência. Recursos e mais recursos levam ao retardamento das decisões.

NA CONTRAMÃO

O deputado estadual Enio Bacci rejeita o projeto de construção de um presídio federal no Rio Grande do Sul, que muitos festejam. Alega que virão condenados de facções do Centro do País para ramificação no Sul, o que considera dispensável. Bacci reclama da necessidade de presídios para condenados no Estado.
A propósito, o boletim da Susepe registrava ontem: há 35 mil e 520 cumprindo penas nos presídios do Estado, sendo 33 mil e 632 homens e 1 mil e 871 mulheres.

DERRAPADA

A notícia: deputados federais aprovam emenda que, na prática, inviabiliza o Uber.
A interpretação: não se imaginava que o Legisaltivo pudesse atrapalhar tanto.

GUINADA À DIREITA

A 5 de abril de 1977, o governo federal concluiu o pacote de reformas políticas, destacando-se os seguintes pontos: 1) os governadores seriam escolhidos por voto indireto de um colégio eleitoral formado por deputados e vereadores; 2) um senador, dos três de cada Estado, também assumiria por voto indireto do mesmo colégio; 3) os eleitores deveriam votar nos candidatos a deputado estadual, federal e senador do mesmo partido; 4) os candidatos só poderiam aparecer na propaganda da TV com a foto, seu número e biografia curta. 5) seria redigida uma nova Lei da Imprensa, agravando as penas nos casos em que o governo visse abusos.

RÁPIDAS

* As relações entre o Palácio Piratini e a base aliada na Assembleia aproximam-se da temperatura da Antártida. Chegam a 78 graus negativos.

* Adiar o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral foi uma saída para agradar a todos os lados.

* Jeferson Fernandes e Marcel van Hattem, desde ontem, formam a nova dupla da guerra verbal na tribuna da Assembleia.

* As campanhas eleitorais estão distantes, mas o azeite já está esquentando na frigideira das vaidades.

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