Sexta-feira, 07 de março de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2024
Peculiar é a palavra que define o sistema eleitoral dos Estados Unidos, onde Donald Trump derrotou Hillary Clinton em 2016 com quase 3 milhões de votos a menos e George W. Bush venceu Al Gore em 2000 com quase 500 mil a menos.
Os grandes protagonistas são os eleitores do Colégio Eleitoral. Em ambos os casos, a vitória do candidato republicano ocorreu porque ele superou os 270 votos de delegados necessários para ocupar o Salão Oval.
Esses são alguns pontos do sistema eleitoral americano, a pouco mais de um mês das eleições de 5 de novembro entre Donald Trump e a democrata Kamala Harris, que se anunciam muito disputadas.
– O motivo: O sistema remonta à Constituição de 1787, que estabeleceu as normas para as eleições presidenciais por sufrágio universal indireto em uma votação de um único turno.
Os pais fundadores o consideraram um meio termo entre eleger o presidente por sufrágio universal direto ou pelo Congresso, considerado pouco democrático.
Ao longo das décadas, foram apresentadas centenas de propostas de emenda ao Congresso para modificar ou abolir o Colégio Eleitoral, mas nenhuma vingou.
– Quem são? São 538 delegados. A maioria deles são congressistas, funcionários e autoridades locais dos partidos, mas seus nomes não aparecem nas cédulas de votação e são, em sua imensa maioria, desconhecidos para a opinião pública.
Cada estado tem um número de delegados ou superdelegados como congressistas na Câmara de Representantes (número determinado pela população) e no Senado (dois por estado).
A Califórnia, por exemplo, tem 54 e o Texas, 40. Vermont, Alasca, Wyoming e Delaware têm apenas 3.
Em todos os estados, menos em dois – Nebraska e Maine decidem por representação proporcional -, o candidato mais votado leva todos os votos dos delegados.
– Polêmica: Em novembro de 2016, Donald Trump conquistou 306 delegados. Milhões de americanos pediram que o bloqueassem, mas somente dois delegados do Texas desertaram, e Trump terminou com 304 votos.
Não foi a primeira vez que ocorreu algo assim. Cinco presidentes americanos no total perderam no voto popular, mas ganharam as eleições. O primeiro foi John Quincy Adam em 1824 contra Andrew Jackson.
As eleições de 2000 deram lugar a uma polêmica na Flórida entre George W. Bush e o democrata Al Gore. Esse último conquistou mais votos no país, mas o republicano conseguiu os 271 votos no colégio eleitoral.
– Simples formalidade? Não há nada na Constituição que obrigue os delegados a votar em um ou outro candidato. Alguns estados os obrigam a respeitar o voto popular, mas aqueles que se negam, no geral, não são sequer multados. Mas em julho de 2020, a Suprema Corte determinou que esses delegados “desleais” podem ser punidos se ignorarem a escolha dos cidadãos.
– Quando? Os eleitores se reunirão em seus estados em 17 de dezembro. A lei americana estipula que “se reúnam e emitam seus votos na primeira segunda depois da segunda quarta-feira de dezembro”.
Em 6 de janeiro de 2025, após contar todos os votos, o Congresso anunciará solenemente o nome do presidente, que já será conhecido muito antes. As informações são da agência de notícias AFP.