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Política Estratégia para atrair eleitorado evangélico gera divergências no PT

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Em evento com o Solidariedade, petista afirma que presidente da Câmara "quer tirar o poder do presidente para que o poder fique na Câmara" (Foto: Ricardo Stuckert/PT)

A estratégia de aproximação do PT com eleitores evangélicos gerou divergências internas com repercussão na pré-campanha do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto. O ex-ministro Franklin Martins, que assumiu a comunicação da campanha a pedido do petista, atraiu funções que pertenciam ao secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, com quem não tem boa relação.

Nesse pano de fundo, o projeto de um podcast evangélico para ampliar o diálogo de Lula com fiéis, endossado por Tatto e com estreia inicialmente prevista para o início do mês, acabou “desalojado” do diretório petista em Brasília e sem data de lançamento.

O podcast ficaria a cargo do pastor Paulo Marcelo Schallenberger, ligado à Assembleia de Deus e ex-afilhado político do deputado Marco Feliciano (PL-SP), aliado do presidente Jair Bolsonaro. Após ser apresentado a petistas de São Paulo pelo ex-prefeito de Carapicuíba, Sérgio Ribeiro (PT), que é evangélico, Paulo Marcelo conseguiu um encontro com Lula para expor seu projeto, no fim de 2021, por intermédio do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges. A movimentação incisiva do pastor, porém, gerou desconfiança no PT.

Ainda assim, com aval de Tatto, o pastor chegou a visitar as obras no terceiro andar do diretório nacional do PT, em Brasília. O local abrigará uma espécie de “QG de mídia” do partido, com vistas à campanha de Lula, e receberia as gravações do podcast. Embora as reformas estejam praticamente finalizadas, o podcast ficou mais distante. À frente da estratégia de mídia de Lula, Franklin Martins centralizou atribuições como o monitoramento de redes sociais e a plataforma de denúncias de fake news contra o ex-presidente, antes a cargo de Tatto.

Sem espaço no portifólio de Martins, o projeto de Paulo Marcelo agora pode ser deslocado para o diretório do partido em São Paulo, numa estrutura coadjuvante — ou até, segundo lideranças petistas, ser executado sem contar “necessariamente” com a presença de Paulo Marcelo.

“No começo, é lógico que muitos ficaram com pé atrás, mas dissemos o seguinte: existem pastores falando mal do Lula, e esse está falando bem. Estamos acompanhando ele de perto e ajustando essa transição para a campanha. Ele tem uma linguagem que atinge os neopentecostais, é um público com o qual precisamos falar”, afirma Tatto.

Núcleo evangélico

As iniciativas do partido para o segmento se concentravam até então no Núcleo de Evangélicos do PT (Nept), coordenado pela deputada Benedita da Silva (RJ), que ingressou na Assembleia de Deus nos anos 1960 e hoje faz parte da Igreja Presbiteriana Betânia, em Niterói.

Benedita, que tem suas reservas quanto à presença da política no ambiente das igrejas, se mantém distante de lideranças vistas com afinidade ao bolsonarismo e prioriza o diálogo com fiéis, especialmente aqueles menos refratários à esquerda.

Paulo Marcelo, por sua vez, se apresentou como emissário para dialogar com evangélicos “com os quais o PT não fala” e tem procurado organizar grupos de pastores e obreiros em “caravanas cristãs” pelos estados, promovendo cultos, apresentações de artistas gospel e reuniões políticas. Um embrião dessa iniciativa percorrerá municípios da Bahia em abril, com apoio de parlamentares petistas. No estado, ele afirma já ter feito um cadastro com cerca de 800 pastores dispostos a atuar pela campanha de Lula.

Para quebrar resistências a Lula entre evangélicos pentecostais, Paulo Marcelo propôs um podcast que apresente o petista como um “homem família” e com restrições a temas como o aborto, e já sugeriu emular códigos do bolsonarismo, como a adoção de um versículo bíblico como lema da campanha. No lugar do trecho adotado por Bolsonaro, “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32), o pastor tem repetido a frase “quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações 3:21), como referência aos mandatos de Lula.

Na tentativa também de aparar arestas internas no PT, Paulo Marcelo tem elogiado Benedita a interlocutores, e argumenta que os mal-entendidos ocorreram pela impossibilidade de um encontro para que ele explicasse seu projeto — a deputada passou por uma cirurgia na coluna no início deste ano.

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