Quarta-feira, 29 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2020
Pesquisadores japoneses descobriram, a partir de um experimento feito em laboratório, quanto tempo o coronavírus é capaz de sobreviver na pele de uma pessoa. No estudo, eles analisaram amostras de dois vírus: do causador da covid-19 e do da influenza. Para evitar a contaminação de voluntários saudáveis, os vírus foram misturados a amostras de pele humana retiradas em autópsia 24 horas antes.
O que eles puderam observar é que, enquanto o vírus da gripe durou menos de duas horas na pele, o coronavírus sobreviveu por até nove horas. “Este estudo mostra que o SARS-CoV-2 pode ter um risco maior de transmissão por contato [ou seja, transmissão por contato direto] do que o IAV (influenza A vírus) porque o primeiro é muito mais estável na pele humana”, escreveram os autores em seu artigo, que foi publicado online em 3 de outubro na revista Clinical Infectious Diseases.
A equipe diz que informações sobre o tempo de sobrevivência do vírus na pele podem ajudar a desenvolver abordagens para prevenir a transmissão por contato e reforçar a importância de lavar as mãos ou usar álcool gel. Ambos os vírus foram completamente inativados em 15 segundos por desinfetante contendo álcool a 80%.
Correta higienização
Vírus respiratórios como o coronavírus se espalham quando o muco ou gotículas contaminadas entram no corpo de um indivíduo saudável através dos olhos, nariz ou boca. Isso pode facilmente ocorrer quando a pessoa leva a mão contaminada ao rosto. Por isso, é tão importante higienizar sempre as mãos com água e sabão ou com álcool em gel.
Para eliminar todos os vestígios do vírus da pele, é preciso seguir passo a passo sem pressa. O processo deve durar no mínimo entre 20 e 30 segundos.
Etapa 1: molhe as mãos com água corrente
Etapa 2: aplique sabão suficiente para cobrir as mãos molhadas
Etapa 3: esfregue toda a superfície das mãos – incluindo as costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas – por pelo menos 20 segundos.
Etapa 4: enxágue abundantemente com água corrente
Etapa 5: seque as mãos com um pano limpo ou toalha descartável
Vacina
O Ministério da Saúde apresentou detalhes do acordo que firmou com a aliança global de países para ter acesso a uma vacina contra a covid-19. As duas doses necessárias para garantir imunidade a uma pessoa vão custar 21 dólares — cerca de 117 reais — cálculo previsto pelo governo. Tudo será financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na semana passada, o governo federal editou medida provisória para liberar cerca de 2,5 bilhões de reais para o país aderir ao Covax Facility, consórcio global de governos e fabricantes para impulsionar o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus.
A adesão permite o acesso ao portfólio de nove vacinas em desenvolvimento, além de outras em análise. Além da aliança global, o governo brasileiro firmou uma parceria para ter acesso a 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, que foram negociadas diretamente com o laboratório AstraZeneca, que também faz parte do consórcio mundial.
Pela aliança, o governo federal reservou 40 milhões de doses capazes de imunizar 20 milhões de pessoas, o que corresponde a 10% da população brasileira. Para chegar ao número, o Ministério da Saúde levou em conta três grupos de risco: pessoas com mais de 80 anos, trabalhadores da saúde e com doenças pré-existentes.
Mas a definição de quem vai tomar primeiro ainda depende de aprovação de uma Câmara Técnica que vai definir os critérios. A expectativa é que a vacinação comece no primeiro trimestre de 2021.
“Como a vacina ainda passa por um processo de validação, existe sim uma possibilidade de atraso”, disse Élcio Franco, secretário executivo do Ministério da Saúde em entrevista coletiva. Ainda segundo ele, o calendário também depende do registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária.